A crescente ameaça do lixo eletrônico
Por Henrique Cortez, redação EcoDebate.
Os
incríveis avanços da tecnologia nas últimas décadas trouxeram grandes
avanços à nossa comodidade, segurança e saúde, mas também trouxeram
severos impactos socioambientais, da extração de recursos naturais à
geração de lixo eletrônico ou e-lixo. E o lixo eletrônico é um dos resíduos tóxicos que mais crescem de ano para ano.
Em
2017, a ONU estima que foram produzidos 44 milhões de toneladas de lixo
eletrônico e elétrico , o equivalente a mais de 6 quilos por habitante
do planeta. No ritmo atual, o nível de produção de lixo eletrônico
global deverá alcançar 120 milhões de toneladas ao ano em 2050.
É um silencioso desastre socioambiental, que poucos percebem, mas que afeta a todos.
Como qualquer outro resíduo, ao lixo eletrônico também se aplica as regras dos 3 R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
É
óbvio que para qualquer tipo de resíduo a sua redução é a solução mais
inteligente. Mas será possível reduzir a geração de lixo eletrônico?
A
primeira solução possível é a redução da produção e consumo. Não temos à
nossa disposição uma Terra B e, por isto, habitando um planeta finito,
com finitos recursos, devemos entender que a lógica de crescimento
baseada em extração-produção-consumo-descarte é insustentável e não
poderá ser mantida por muito tempo.
Mas
será realmente possível reduzir o consumo de produtos eletrônicos que,
afinal, fazem parte do nosso dia a dia e são, cada vez mais, úteis e
necessários.
No
caso dos produtos eletrônicos de uso pessoal e residencial a resposta é
sim, a partir da lógica do consumo responsável. Ao contrário do impulso
consumista, o consumo responsável supõe que nosso consumo ocorra apenas
e tão somente se e quando necessário.
É
o caso dos aparelhos celulares que, de verdade, não possuem diferenças
tecnológicas tão evidentes de uma geração para outra. Raríssimas pessoas
precisam trocar de celular a cada nova geração do produto e a troca
pela troca é um claro exemplo de consumismo, com consequências negativas
para os limitados recursos naturais e para a própria sociedade. É
desnecessário e caro.
Enquanto
isto, a reutilização de eletrônicos é um mercado crescente que também
pode influir na redução desnecessária de produtos novos.
A
primeira e natural forma de reúso está na atualização dos nossos
próprios equipamentos, como computadores e celulares, dos quais podemos
trocar fontes, processadores, placas, baterias e, com isto, utilizá-los
por mais, melhor e por mais tempo.
Se
não for este o caso, podemos revendê-los. Computadores, celulares,
eletrodomésticos, eletrônica embarcada em veículos, etc., podem ser
úteis e necessários para outras pessoas.
Já
existe um mercado legal de compra e venda de eletrônicos usados e tudo
indica que este mercado continuará em crescimento, atendendo a uma
demanda igualmente crescente.
A
terceira hipótese de reutilização ocorre por remanufatura, quando o
equipamento passa por reprocessamento, transformando-se em um novo
equipamento.
Vejamos
um exemplo. Nos cassinos podem existir centenas de máquinas de jogos,
os caça-níqueis, que ficam obsoletos ou inutilizados em poucos meses.
Isto geraria uma montanha anual de lixo eletrônico, que, na prática, é
reduzida porque estas máquinas são desmontadas e seus componentes
eletrônicos são recuperados e reutilizados em um novo equipamento. Com
isto o cassino consegue reduzir custos ao mesmo tempo que também reduz a produção de resíduos.
E,
por fim, temos a reciclagem, que é um dos mais sérios desafios na
destinação do lixo eletrônico. Estima-se que, em termos globais, 20% dos
resíduos eletrônicos sejam reciclados, o que significa um imenso
desperdício de recursos naturais, tais como ouro, prata, cobre e outros materiais de alto valor e uma inacreditável fonte de resíduos tóxicos.
Refletir
sobre o tema está cada vez mais urgente porque, diante de tantos
desafios ambientais globais, o e-lixo tende a se tornar um dos mais
relevantes e com grande potencial de danos.Para ilustrar o tema ‘lixo eletrônico e qual é o tamanho do problema’, a Betway Cassino Online, site de caça níquel, produziu um interessante infográfico, que reproduzimos abaixo:
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/12/2019
A crescente ameaça do lixo eletrônico, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 18/12/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/12/18/a-crescente-ameaca-do-lixo-eletronico/.
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