Dia Mundial pelo Fim do Especismo (DMFE): 29 de agosto de 2020
Dia Mundial pelo Fim do Especismo (DMFE): 29 de agosto de 2020
Artigo de José Eustáquio Diniz Alves“Os chimpanzés, gorilas e orangotangos viveram milhares de anos em suas florestas, com vidas fantásticas, em entornos onde reina o equilíbrio, em espaços onde nunca lhes passou pela cabeça destruir a floresta, destruir o seu mundo. Eu diria que eles tiveram mais sucesso do que nós em relação a esta harmonia com o meio ambiente”Jane Goodall (1934-) primatologista e ambientalista britânica
[EcoDebate]
O ser humano é uma das espécies mais novas da comunidade biótica.
Existem milhões de formas de vida que ocupam a Terra há dezenas de
milhões de anos. Espécies que viviam livres e soberanamente em seus
territórios, disputando espaços, mas sem dominar todo o terreno.
Contudo,
os humanos construíram uma civilização poderosa que ocupou todos os
cantos do Planeta e utiliza a riqueza da natureza e a abundância da
biodiversidade em benefício próprio, com finalidade egoística. O ser
humano é especista, pois discrimina, abusa, maltrata e mata as demais
espécies vivas da Terra. Rejeitar o especismo significa se opor ao
sofrimento animal, rejeitar a discriminação das espécies e evitar o
predomínio do “imperialismo” humano.
O
Dia Mundial pelo Fim do Especismo (DMFE) em 2020 ocorrerá no dia 29 de
agosto. É uma oportunidade para denunciar o genocídio das espécies, o
holocausto biológico, a aniquilação da biodiversidade, o ecocídio e a
escravidão animal. É um momento para dar vez e voz aos seres sencientes
que sofrem silenciosamente e dão a vida e o sangue para satisfazer o
apetite humano e a ganância do consumismo. A luta contra o especismo é
também contra a 6ª extinção em massa das espécies. Contra a dominação e a
exploração da vida animal.
O
Relatório Planeta Vivo 2018, elaborado pelo Fundo Mundial para a
Natureza (WWF), mostra que o avanço da produção e consumo da humanidade
tem provocado uma degradação generalizada dos ecossistemas globais e
gerado um ecocídio da vida selvagem do planeta: as populações de
vertebrados silvestres, como mamíferos, pássaros, peixes, répteis e
anfíbios, sofreram uma redução de 60% entre 1970 e 2014. No mesmo
período a população humana praticamente dobrou de tamanho.
Relatório
preparado pela Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e
Serviços Ecossistêmicos (IPBES) mostrou que uma em cada quatro espécies
está em risco de extinção. A conclusão foi baseada no fato de que em
torno de 25% das espécies de plantas e de animais estão vulneráveis.
Isso significa que em torno de 1 milhão de espécies já enfrentam risco
de extinção, muitas delas em décadas, a não ser que ações sejam tomadas
para reduzir a intensidade de impulsionadores de perdas à
biodiversidade. O relatório também examinou cinco fatores
impulsionadores de mudanças “sem precedentes” na biodiversidade e em
ecossistemas ao longo dos últimos 50 anos. São eles: mudanças no uso da
terra e do mar; exploração direta de organismos; mudança climática,
poluição e invasão de espécies estrangeiras.
Nenhuma
ideologia humana é capaz de justificar o racismo, o sexismo, o
escravismo ou a discriminação contra as espécies. Para evitar o
especismo, o ecocídio e a aniquilação biológica, todas as pessoas, em
suas diferentes identidades e inserções sociais, deveriam participar das
atividades, no dia 29 de agosto, do DIA MUNDIAL CONTRA O ESPECISMO e da
luta antiespecista.
José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382
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