Considerada extinta, espécie de mamífero, parente de elefantes, é redescoberta na África
Há mais de 50 anos ele não era visto na natureza. O pequeno
musaranho*, o “Sengi da Somália”, um bicho que parece um ratinho, mas
que tem um longo nariz que lembra uma tromba de elefante, já era considerado extinto pela ciência. E fazia parte de uma lista de espécies perdidas da organização Global Wildlife Conservation, que estimulava a busca por animais desaparecidos do planeta.
Mas em um artigo científico divulgado ontem (18/08), na publicação PeerJ, pesquisadores anunciaram que reencontraram o Elephantulus revoilii.
No começo do ano, uma equipe de cientistas, liderada por Steven Heritage, biólogo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, viajou até o extremo leste do continente africano para tentar achar o pequeno mamífero.
E depois de observação em campo, entrevistas com moradores locais e a instalação de mais de mil armadilhas, ele foi encontrado – logo na primeira rede -, no país vizinho à Somália, a República de Djibouti.
“Foi incrível”, contou Heritage. “Quando abrimos a primeira armadilha e vimos o pequeno tufo de cabelo na ponta da cauda, apenas olhamos um para o outro e não podíamos acreditar. Uma série de pesquisas com pequenos mamíferos desde a década de 1970 não encontrou o sengi somali em Djibouti – foi um acaso que aconteceu tão rapidamente para nós”.
Pouquíssimo se sabia até hoje sobre a espécie, já que a grande maioria dos estudos tinham sido feitos com base nas poucas dezenas de espécimes encontradas em museus.
Os cientistas acreditam que o musaranho vive nessa região da África há mais de 5,4 milhões de anos e é um parente próximo de outras criaturas com nariz semelhante, como porcos-da-terra, elefantes e peixes-bois.
Foram analisados testes de DNA nos Elephantulus revoilii e agora a espécie passará da categoria “extinto na natureza” da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza, para “pouco preocupante”, já que há uma boa população no local e não há ameaças, como atividades humanas em seu habitat. Há suspeita também que ele possa ser observado na Etiópia.
“A biologia Sengi é uma ciência de paixão”, diz Heritage. “É preciso alguém motivado por essa paixão pelos sengis para sair em busca dessa espécie perdida. Eles não são animais conhecidos, mas quando você os vê é impossível não adorá-los”.
Os cientistas já planejam uma nova viagem, em 2022, para estudar mais a espécie em seu habitat natural.
“Normalmente, quando redescobrimos espécies perdidas, encontramos apenas um ou dois indivíduos e temos que agir rapidamente para tentar evitar sua extinção iminente”, destacou Robin Moore, um dos líderes do programa de Busca por Espécies Perdidas da Global Wildlife Conservation. “Mas esta foi uma redescoberta bem-vinda e maravilhosa durante uma época de turbulência para nosso planeta e que nos enche de esperança”.
*Musaranho é uma denominação comum a diversos mamíferos da ordem dos insetívoros, da família dos soricídeos, encontrados em todos os continentes, com exceção da Austrália, de pelagem curta e densa, vermelho-escura, patas dianteiras menores que as traseiras, olhos pequenos e focinho longo; na América do Sul, existem algumas espécies na Colômbia, Venezuela e Equador.
Fotos: Steven Heritage, Duke University Lemur Center
Mas em um artigo científico divulgado ontem (18/08), na publicação PeerJ, pesquisadores anunciaram que reencontraram o Elephantulus revoilii.
No começo do ano, uma equipe de cientistas, liderada por Steven Heritage, biólogo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, viajou até o extremo leste do continente africano para tentar achar o pequeno mamífero.
E depois de observação em campo, entrevistas com moradores locais e a instalação de mais de mil armadilhas, ele foi encontrado – logo na primeira rede -, no país vizinho à Somália, a República de Djibouti.
“Foi incrível”, contou Heritage. “Quando abrimos a primeira armadilha e vimos o pequeno tufo de cabelo na ponta da cauda, apenas olhamos um para o outro e não podíamos acreditar. Uma série de pesquisas com pequenos mamíferos desde a década de 1970 não encontrou o sengi somali em Djibouti – foi um acaso que aconteceu tão rapidamente para nós”.
Pouquíssimo se sabia até hoje sobre a espécie, já que a grande maioria dos estudos tinham sido feitos com base nas poucas dezenas de espécimes encontradas em museus.
Os cientistas acreditam que o musaranho vive nessa região da África há mais de 5,4 milhões de anos e é um parente próximo de outras criaturas com nariz semelhante, como porcos-da-terra, elefantes e peixes-bois.
Foram analisados testes de DNA nos Elephantulus revoilii e agora a espécie passará da categoria “extinto na natureza” da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza, para “pouco preocupante”, já que há uma boa população no local e não há ameaças, como atividades humanas em seu habitat. Há suspeita também que ele possa ser observado na Etiópia.
O pesquisador americano com o mamífero africano recém-redescoberto
O sengi da Somália vive em áreas quentes, secas e rochosas. Alimenta-se de insetos e escolhe um parceiro pela vida toda.“A biologia Sengi é uma ciência de paixão”, diz Heritage. “É preciso alguém motivado por essa paixão pelos sengis para sair em busca dessa espécie perdida. Eles não são animais conhecidos, mas quando você os vê é impossível não adorá-los”.
Os cientistas já planejam uma nova viagem, em 2022, para estudar mais a espécie em seu habitat natural.
“Normalmente, quando redescobrimos espécies perdidas, encontramos apenas um ou dois indivíduos e temos que agir rapidamente para tentar evitar sua extinção iminente”, destacou Robin Moore, um dos líderes do programa de Busca por Espécies Perdidas da Global Wildlife Conservation. “Mas esta foi uma redescoberta bem-vinda e maravilhosa durante uma época de turbulência para nosso planeta e que nos enche de esperança”.
*Musaranho é uma denominação comum a diversos mamíferos da ordem dos insetívoros, da família dos soricídeos, encontrados em todos os continentes, com exceção da Austrália, de pelagem curta e densa, vermelho-escura, patas dianteiras menores que as traseiras, olhos pequenos e focinho longo; na América do Sul, existem algumas espécies na Colômbia, Venezuela e Equador.
Fotos: Steven Heritage, Duke University Lemur Center
Jornalista,
já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo
da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e
2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras,
entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta
Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas,
energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em
Londres, vive agora em Washington D.C.
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