Sesc Pantanal desmente em nota discurso de fazendeiro ouvido por Salles
Duda Menegassiterça-feira, 25 agosto 2020 17:36
“As informações são inverídicas e não apontam soluções para a tragédia que assola o Pantanal, já que o fogo não atingiu somente a reserva, mas comunidades pantaneiras, indígenas e fazendas. Do total já queimado em Barão de Melgaço [MT] e Poconé [MT], apenas 12% da área queimada corresponde à RPPN”, continua a nota, que pode ser lida na íntegra neste link.
“O fogo que entrou na RPPN Sesc Pantanal começou em área vizinha na divisa norte, no dia 2 de agosto. Desde o início, toda a estrutura de combate aos incêndios da reserva foi acionada para evitar a entrada desse foco na RPPN, mas o fogo avançou em uma extensa área da unidade de conservação em direção à divisa sul da reserva. Ao chegar na divisa sul, o fogo encontrou com outro incêndio que ocorria na Fazenda São Francisco do Perigara, desde o dia 30 de julho”, explica a nota. “Todo o trabalho do Sesc Pantanal, neste momento, está concentrado em controlar o fogo, distante cerca de 100 km do ponto em que tiveram início os incêndios na Transpantaneira, em 16 de julho”, acrescenta.
E lembra que segundo dados do Ibama/Prevfogo, 98% dos incêndios têm origem em ações humanas.
O texto rebate ainda a acusação de que a RPPN teria expulsado o homem pantaneiro e o gado do Pantanal com esse modelo de preservação. “O Sesc Pantanal esclarece que, enquanto propriedade privada, optou que a RPPN seguisse o perfil primitivo do Pantanal, que não tem gado, porém, não questiona a atuação pecuária da região. Ao contrário, reconhece a importância econômica da prática.
A instituição, portanto, não impõe seu modelo de gestão ambiental nem considera pertinente que outro modelo seja imposto para a RPPN, visto que se trata de áreas privadas. A reserva, as fazendas que praticam a pecuária, as comunidades tradicionais pantaneiras e indígenas são capazes de ocupar este território, que é patrimônio natural da humanidade, e conviver harmonicamente nele, com discussões que estejam amparadas no respeito, bom senso e dados verídicos emitidos pelos órgãos competentes”.
A RPPN Sesc Pantanal foi criada em 1997 e é a maior da categoria no país, com 108 mil hectares de extensão. A nota afirma que a reserva realiza trabalhos de prevenção contra os incêndios florestais, “que têm sempre origem externa, acontece durante todo o ano, por meio de aceiros, monitoramento e campanhas de conscientização com a população ribeirinha, feitas com a mais preparada brigada contra incêndios da região. Todo esse trabalho de prevenção, porém, não foi capaz de superar a seca acentuada, baixa umidade do ar e ventos fortes que colaboram para o pior cenário dos últimos 22 anos no Pantanal brasileiro”.
De acordo com o Sesc, as práticas de manejo do fogo “de todos os que vivem no e do Pantanal vão precisar ser revistas, considerando a dinâmica do bioma”. E acrescenta que serão feitos estudos sobre os impactos do fogo para fauna e flora, para melhor planejar as medidas preventivas. Leia a nota na íntegra.
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