Fogo se espalha pelo Pantanal do MT e atinge parque que abriga a maior concentração de onças-pintadas no mundo
O Parque Estadual Encontro das Águas, na região de Porto Jofre, se localiza no encontro dos rios Cuiabá e Piquiri, entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço. É uma reserva de 108 mil hectares, que exibe rica biodiversidade pantaneira. Mais do que isso: abriga a maior população de onças-pintadas do planeta.
Entre julho e setembro, período de seca, elas saem em busca de água e caça e, por isso, são vistas com facilidade às margens dos rios, atraindo turistas que querem observa-las. No entanto, este ano, isso não foi nem será possível devido ao fogo, que começou há mais de 40 dias e transformou a paisagem, a rotina e o movimento do Pantanal.
Agora, o fogo chega ao parque estadual, ainda mais ameaçado pelo encontro das chamas: elas avançam pelo Rodovia Transpantaneira, ao norte, e do Mato Grosso do Sul, como mostra a imagem de Ailton Lara, cineasta e diretor das empresas de turismo de vida selvagem Pantanal Nature e Pantanal Jaguar Camp, abaixo. Ele está ajudando no combate.
Todos unidos contra o incêndio
Assim que os incêndios se alastraram pelo Pantanal, todos se empenharam para combatê-los: não só os profissionais da Operação Pantanal II, que reúne equipes do Corpo de Bombeiros do MT e do MS, agentes do ICMBio e do Ibama, da Sema – Secretaria do Meio Ambiente do Estado, mas também funcionários de pousadas e fazendas, moradores e guias de turismo locais.Com o incremento de mais 45 brigadistas do Corpo de Bombeiros (equipados com viaturas e equipamentos) para reforçar as ações no parque, hoje, há cerca de 122 pessoas atuando diretamente no combate ao fogo do Pantanal mato-grossense, que contam com o apoio de cinco aeronaves.
Fazendeiros e outros moradores da região tem sido imprescindível cederam tratores, carros-pipas e outros maquinários para ajudar a combater e controlar o fogo dentro do parque.
A prioridade é proteger áreas onde estão pousadas e fazendas, como também as regiões Leste e Norte do Parque Encontro das Águas. E também na região da Estrada Transpantaneira, que tem mais de 140 pontes de madeira ao longo do seu percurso.
“Com suas mãos e por amor”
Ela iniciou seu post contando que o pesquisador americano Alan Rabinowitz “foi um dos maiores defensores da onça pintada no mundo”. Por isso, uma ilha no meio do rio Cuiabá foi batizada com seu nome.
“Não por acaso, a ilha é um dos lugares mais fantásticos do mundo para a observação da onça-pintada! Também é um dos principais refúgios da vida silvestre daquele ponto do Pantanal”. E continuou, comentando sobre os incêndios:
“O fogo veio do sul, varrendo todo o Pantanal. Já queimou reservas, refúgios da arara azul, fazendas, dizimou milhares de vidas, refúgios da fauna, separou mães de filhotes, matou mães e filhotes…. tingiu o céu de vermelho e espalha fumaça por todo o Mato Grosso. Agora, chega a esse lugar magnífico: o último em que a onça se refugia”.
Emocionada, declarou: “Amigos que trabalham pela proteção da onça na região lutam com as próprias mãos para tentar salvar esse lugar sagrado. Sem ajuda. Sem equipamentos para o combate do fogo, com essa intensidade. Só com suas mãos e seu amor por esse lugar que deveria ser sagrado, enquanto o Brasil assiste, passivo, a vida a se esvair”.
Angela finalizou seu post contando que as imagens que o ilustravam (e que reproduzo aqui) são de Ailton Lara, “que está lá, lutando para salvar esse refúgio e as onças”.
Jornalista
com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo,
saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos
na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino
Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o
premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela
United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede
de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da
conferência TEDxSãoPaulo.
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