Nepal comemora aumento recorde da população de rinocerontes
Maior entre todas as espécies de rinocerontes, o Rhinocerus unicornis é encontrado em regiões da Índia e do Nepal. A principal diferença dele é apresentar apenas um chifre. No começo do século passado, eles foram praticamente extintos, restando na natureza aproximadamente apenas 200 animais.
Todavia, esta é uma das histórias de conservação que merecem ser divulgadas e celebradas. Graças ao trabalho conjunto de organizações e governo, foi possível proteger o rinoceronte-indiano e números apontam que sua população conseguiu se recuperar.
Recentemente autoridades do Nepal divulgaram novos dados que comprovam que os rinocerontes estão prosperando e já podem ser vistos em maiores números nos santuários de vida selvagem do país. De acordo com o último censo divulgado, houve um aumento de 100 indivíduos nos últimos cinco anos. Eram 645 em 2015 e este ano foram contabilizados 752, um aumento de 16%.
Na verdade, o censo é realizado a cada cinco anos e deveria ter sido feito em 2020, mas por causa da pandemia foi adiado para 2021.
As estimativas da população são baseadas em informações individuais dos rinocerontes, com base em observação relacionadas a sexo, faixa etária e características físicas exclusivas. Durante o censo, são coletados ainda dados sobre as condições do habitat, as espécies invasoras na área e as atividades humanas na região.
Cerca de 90% dos rinocerontes-indianos do Nepal vivem no Parque Nacional de Chitwan, que também é habitat de tigres, elefantes e leopardos.
“Esta conquista é mais um marco na jornada de conservação do Nepal, mostrando o impacto dos esforços conjuntos de todas as partes interessadas e fornecendo o impulso tão necessário para a comunidade conservacionista global”, diz Ghana Gurung, representante do WWF-Nepal.
Ameaçados pela demanda do mercado asiático
Graça aos bons números das últimas décadas, a espécie Rhinocerus unicornis passou de ameaçada para vulnerável à extinção na classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que monitora as condições de sobrevivência de milhares de animais e plantas no mundo.
Nos últimos anos, milhares de rinocerontes foram mortos cruelmente na África. Caçadores tiram a vida desses animais para arrancar seus chifres e vender o marfim ao mercado asiático, que abastece a crença de que ele possui “poderes medicinais”. O quilo do chifre é vendido por até 50 mil dólares.
Existem cinco espécies de rinocerontes, três na Ásia e duas na África subsaariana: de java, de sumatra, indiano, negro e branco. Este último, é dividido em duas subespécies, o branco do norte e o branco do sul.
O rinoceronte-indiano pode chegar a pesar mais de 2 toneladas e medir até 3,5 metros de comprimento.
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Fotos: Aditya Pal/Wikimedia Commons (abertura) e © Ola Jennersten/WWF-Sweden
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