Pelo quarto mês seguido, Amazônia tem alta no desmatamento: salto foi de 40% em maio
Fevereiro, março e abril. E agora, maio. Com exceção do primeiro mês de 2021, este ano continua confirmando, infelizmente, a tendência de crescimento do desmatamento da Amazônia. Segundo os dados dos alertas de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apenas nos primeiros 28 dias do mês passado, a destruição chegou a 1.180 km2, um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2020.
É um recorde para maio na série do sistema Deter-B, do Inpe, em 2016, e a primeira vez que o número ultrapassa 1.000 km2 para esse mês.
De acordo com o Observatório do Clima (OC), rede formada por 68 organizações não governamentais e movimentos sociais, os números são preocupantes porque maio marca o início da estação seca, quando a devastação se intensifica, em grande parte da região amazônica.
“A permanecer a tendência nos próximos dois meses, a taxa oficial de desmatamento de 2021 (medida de agosto a julho) poderá terminar com uma inédita quarta alta consecutiva”, prevê o OC.
“O desmatamento neste ano será o que os madeireiros ilegais, garimpeiros criminosos e grileiros quiserem que seja. E, neste momento, eles não têm nenhum motivo para se controlar, já que o próprio governo federal, que deveria coibir a ilegalidade, os incentiva com atos e discursos”, denuncia Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Vale lembrar que o Superior Tribunal Federal (STF) aceitou um pedido da Procuradoria Geral da Repue envolve organização criminosa.
Este é apenas mais um novo pedido para tentar frear o estrago provocado por Salles no comando do Ministério do Meio Ambiente. No final de abril, deputados também entraram com um pedido de CPI na Câmública (PGR) para a abertura de inquérito para investigar o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. A solicitação foi uma resposta à análise da notícia-crime apresentada contra ele pelo delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, em abril, justamente no caso envolvendo a apreensão ilegal de madeira no Pará.
A denúncia contra Salles é por dificultar fiscalização ambiental e impedir investigação de infração qara para investigar as ações dele. Ainda no mês passado, mais de 400 servidores do Ibama denunciaram que a fiscalização ambiental está paralisada devido às novas regras impostas pelo ministro.
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Foto: Marizilda Cruppe/Amazon Watch/Amazônia Real
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