quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Presença de dezenas de espécies em risco de extinção em reserva no Paraná é prova da importância de áreas protegidas

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Presença de dezenas de espécies em risco de extinção em reserva no Paraná é prova da importância de áreas protegidas

Presença de dezenas de espécies em risco de extinção em reserva no Paraná são prova da importância de áreas protegidas

Jacutinga, gavião-pombo-pequeno, onça-pintada, gato-mourisco, gato-do-mato, onça-parda e gato-maracajá são apenas algumas das muitas espécies de animais, ameaçadas de extinção, que circulam tranquilamente – e com segurança -, pela Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba, no litoral norte do Paraná. A área de Mata Atlântica, com mais de 2 mil hectares, é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), mantida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, a reserva é um exemplo de porque áreas de proteção são essenciais para a conservação da nossa biodiversidade. Um levantamento recente realizado na região contabilizou a presença de ao menos doze espécies em risco de extinção, como as citadas logo mais acima.

monitoramento foi feito ao longo dos últimos dez anos através de imagens captadas por câmeras de armadilhas fotográficas colocadas na reserva. Segundo os pesquisadores do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, responsável pelo trabalho, são mais de 4 mil registros de animais. No total, foram documentadas 638 espécies diferentes de aves (61%), mamíferos, répteis e anfíbios.

“A Mata Atlântica é o bioma que possui mais espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção, sobretudo por ser um hotspot, área que possui muita riqueza natural e espécies endêmicas, que só são encontradas ali. Ter nossa reserva como refúgio para parte dessas espécies que estão ameaçadas é um grande indicativo, pois mostra que a área possibilita habitats saudáveis suficientemente capazes de abrigar espécies com tamanha importância para a conservação do bioma”, diz Ginessa Lemos, gerente da Reserva Natural Salto Morato.

Os especialistas destacam a importância da presença de grandes felinos, animais de topo de cadeia, indicadores da qualidade ambiental em grande escala, já que necessitam de amplo territórios para caçar, se reproduzir e encontrar refúgio.

Outro ponto que chamou a atenção, positivamente, dos pesquisadores foi o enorme número de filhotes flagrados na Reserva Natural Salto Morato.

“Em 2021 e 2022, tivemos o maior número de registro de espécies adultas com filhotes. Ao todo foram seis: dois de gato-mourisco, um de onça-pintada, um de gato-do-mato e outro de jaguatirica. Em 2021, tivemos o primeiro registro de filhote de puma. Isso é uma grande vitória para a conservação”, comemora Ginessa.

Ela lamenta, entretanto, que muitas vezes essas imagens não possam ser divulgadas para não atrair a cobiça de caçadores.

Segundo relatório divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica nesta terça-feira (31/01), o bioma perdeu 6.850 hectares de floresta, entre os meses de agosto e outubro de 2022. Os estados de Minas Gerais e do Piauí somam juntas quase 50% do desmatamento. A expansão agrícola é apontada como a principal responsável pela devastação (leia mais aqui).

Presença de dezenas de espécies em risco de extinção em reserva no Paraná são prova da importância de áreas protegidas

Registro de uma onça-pintada na Reserva de Salto Morato
(Imagem armadilha fotográfica/divulgação Fundação Boticário)

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Foto de abertura: armadilha fotográfica/divulgação Fundação Boticário

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