Conheça a história do curupira, o defensor das árvores e
dos animais
Uma estátua do personagem do folclore brasileiro compõe o
novo espaço do Parque da Ciência do Instituto Butantan
Publicado em: 17/03/2022
Você já deve ter ouvido falar dele na escola. Do menino de
cabelos vermelhos cor de fogo, protetor das florestas, que não dá moleza para
caçadores e lenhadores: o curupira. O personagem mítico do folclore brasileiro
também está em uma estátua de bronze no Jardim dos Cinco Sentidos, dentro do
Horto Florestal, no Parque da Ciência do Butantan, em São Paulo-SP.
Relatos históricos afirmam que o mito do curupira surgiu
entre os indígenas brasileiros que tinham verdadeiro pavor de um ser da
floresta que punia quem pretendia derrubar árvores ou eliminar animais
selvagens. Tanto que seu nome vem da junção de “curu”, uma contração do nome
“curumim”, que significa menino, e “pira”, que significa corpo na língua
indígena tupi. O padre jesuíta José de Anchieta, que viveu em São Paulo na
época da fundação da cidade, foi o primeiro a relatar a história que ele
conheceu pelos próprios índios ainda nos anos 1500.
Na década de 1970, o estado de São Paulo decretou uma lei
que instituiu o curupira como símbolo estadual do guardião das florestas.
A lenda
A lenda caracteriza o curupira como um menino de tamanho
pequeno, de cabelos vermelhos, dentes afiados e pés virados para trás. Seu
objetivo é desorientar caçadores. Para isso, ele usa assobios ensurdecedores e
suas pegadas ao contrário.
Ainda segundo a lenda, relatada no Dicionário do Folclore
Brasileiro, escrito pelo célebre historiador e folclorista potiguar Luís de
Câmara Cascudo, as características físicas do curupira podem mudar de acordo
com a região: ele pode ser maior, careca, peludo, ter olhos verdes e dentes
azuis.
De acordo com o folclore, o curupira assusta somente os
caçadores que destroem a floresta, não aqueles que caçam ou usam os recursos da
mata para se abrigar, matar a fome ou sede. Mesmo assim, os índios temem sua
presença e oferecem presentes em forma de oferendas para acalmá-lo. O costume
pegou e até hoje é comum seringueiros, entre outros extrativistas, oferecerem
comida, bebida ou objetos ao curupira quando adentram na floresta.
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