segunda-feira, 26 de agosto de 2024

500 mil árvores são cortadas para ampliação de fábrica de Elon Musk, próximo a Berlim, na Alemanha, provocando protestos

 

500 mil árvores são cortadas para ampliação de fábrica de Elon Musk, próximo a Berlim, na Alemanha, provocando protestos 

De março de 2020 a maio de 2023, a ampliação da Giga Fábrica 4 – unidade europeia da fábrica de carros elétricos Tesla, de Elon Musk, o homem mais rico do mundo -, destruiu uma floresta de 329 hectares, próximo de Berlim, na Alemanha. 

Cerca de 500 mil árvores foram derrubadas, provocando a revolta de ativistas. Para eles, a expansão da empresa pode ameaçar, ainda mais, uma das regiões mais secas do país (onde a natureza está muito degradada), que se localiza numa área de água protegida, além de gerar controvérsias sobre as compensações ambientais relacionadas à economia verde

500 mil árvores são cortadas para construção de fábrica de Elon Musk, próximo de Berlim, provocando protestos 
A área ampliada da GigaFactory Berlim
Foto: Tesla.divugação

Manifestações e compensação

Desde maio, as mobilizações contra o empreendimento têm se intensificado, variando de manifestações pacíficas – como instalação de casas nas árvores ao seu redor e acampamentos nas proximidades da fábrica – ações mais extremas, como atear fogo a um poste de eletricidade que interrompeu a produção industrial por alguns dias. 

Musk chegou a criticar a polícia local publicamente, denunciando que sua atuação era muito “branda” em relação aos “manifestantes de esquerda”. 

500 mil árvores são cortadas para ampliação de fábrica de Elon Musk, próximo a Berlim, provocando protestos 
Foto: reprodução de vídeo

Ao jornal britânico The Guardian, Karolina Drzewo, da aliança de campanha Turn Off Tesla’s Tap (Desliguem a torneira da Tesla), contou que a análise dos dados de satélite” (conduzida pela empresa Kayrros e que utilizou imagens óticas do Satélite Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia) revelou que a “produção de veículos elétricos da empresa causou destruição local da natureza, bem como deixou danos globais devido à mineração de metais”.

E alertou que, com mais esta expansão, o centro da Tesla “promove uma maior destruição de florestas e perigo para a área protegida de água potável, que devem ser evitados”. Agora, o gasto excessivo com água é uma das maiores preocupações dos ambientalistas.

Para Antoine Halff, da Kayrros, que elaborou relatório, “a fábrica da Tesla na Alemanha levou a um corte considerável de árvores”. E relativizou: “Claro, isso tem que ser colocado em perspectiva contra o benefício de substituir carros com motor de combustão interna por veículos elétricos”.

Segundo ele, “as árvores cortadas equivalem a cerca de 13 mil toneladas de CO2, que corresponde à quantidade anual emitida por 2,8 mil carros com motor de combustão interna médio nos EUA”. E completa: “Este dado é uma fração do número de carros elétricos que a Tesla produz e vende a cada trimestre. É possível ter sempre compensações, mas para isso, é preciso estar ciente de quais são os limites da compensação”.

Até agora, a empresa não se manifestou sobre o assunto, nem respondeu aos pedidos de entrevistas sobre o impacto ambiental das suas operações em território alemão, aprovadas em julho pelo Ministério do Meio Ambiente do estado de Brandemburgo.

“Esta decisão só intensificou a controvérsia, já que dezenas de incidentes ambientais foram relatados no local, incluindo derramamentos de óleo diesel, tinta e alumínio“, relata a publicação Interesting Engineering, especializada em tecnologia e ciência.
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Fotos (destaque): Agência Espacial Europeia/divulgação

Com informações do The Guardian

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