EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE 14/11
A cada novo escândalo, a
fama de terra sem lei adquirida por Brasília provoca sentimentos
contraditórios no cidadão, que já não sabe se fica esperançoso ou mais
desanimado. A esperança estaria na expectativa de, enfim, a cidade
assistir à deflagração de um combate sem trégua às irregularidades. Mas a
frequência com que os ultrajes à coisa pública vêm à tona acaba por dar
vez ao ceticismo, aflorando na população o sentimento de impotência.
A grilagem de terras é um dos males que despontam como praga incurável. A corrupção, outro. Juntas ou dissociadas, são cruzes que a sociedade local se vê condenada a carregar ad infinitum. Podem até ter o peso aliviado aqui ou ali, por uma ou outra investigação, mas a sensação de impunidade eterniza-se. E a capital rola para futuro incerto o pagamento da dívida que tem com o país de torna-se exemplo nacional - sobretudo, líder inflexível na aplicação da lei.
A vergonha da hora, há uma semana nas páginas deste jornal, é o tráfico de alvarás para construção, com o conluio de maus políticos, maus empresários e maus funcionários públicos. O esquema consiste no pagamento de propinas e troca de favores para acelerar a obtenção do documento para grandes empreendimentos, com a dispensa da exigência de relatórios de impacto ambiental e de trânsito. Ou seja, com prejuízos generalizados para o brasiliense.
Enquanto a elite construtora compra consciências para erguer prédios luxuosos com mais celeridade ampliando os lucros, o estrangulamento do fluxo de veículos - seja da frota pública, seja da particular - e a degradação do meio ambiente aceleram rumo ao caos. O resultado é o comprometimento da qualidade de vida, com o agravamento do crescimento desordenado já proporcionado pela grilagem de terras e pela ocupação irregular do solo.
Investigada desde 2011 pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com interceptações de conversas telefônicas autorizadas pela Justiça por pelo menos seis meses, a negociata teria sido flagrada com "provas robustas". As consequências imediatas foram a exoneração e prisão dos administradores regionais de Taguatinga e Águas Claras, além do cerco a 12 empresários, comerciantes, servidores e empregados de empresas particulares.
À parte a imperiosa necessidade de levar até o fim as investigações da Operação Átrio, urge passar pente-fino em todos os processos do gênero no DF. Mas não só. A peneira deve contemplar também os procedimentos dos órgãos de fiscalização. Há que dar um basta na facilidade com que falcatruas proliferam na capital do país. E também no império da impunidade - afinal, os podres somente serão expurgados de fato com a punição dos responsáveis, estejam eles onde estiverem.
A grilagem de terras é um dos males que despontam como praga incurável. A corrupção, outro. Juntas ou dissociadas, são cruzes que a sociedade local se vê condenada a carregar ad infinitum. Podem até ter o peso aliviado aqui ou ali, por uma ou outra investigação, mas a sensação de impunidade eterniza-se. E a capital rola para futuro incerto o pagamento da dívida que tem com o país de torna-se exemplo nacional - sobretudo, líder inflexível na aplicação da lei.
A vergonha da hora, há uma semana nas páginas deste jornal, é o tráfico de alvarás para construção, com o conluio de maus políticos, maus empresários e maus funcionários públicos. O esquema consiste no pagamento de propinas e troca de favores para acelerar a obtenção do documento para grandes empreendimentos, com a dispensa da exigência de relatórios de impacto ambiental e de trânsito. Ou seja, com prejuízos generalizados para o brasiliense.
Enquanto a elite construtora compra consciências para erguer prédios luxuosos com mais celeridade ampliando os lucros, o estrangulamento do fluxo de veículos - seja da frota pública, seja da particular - e a degradação do meio ambiente aceleram rumo ao caos. O resultado é o comprometimento da qualidade de vida, com o agravamento do crescimento desordenado já proporcionado pela grilagem de terras e pela ocupação irregular do solo.
Investigada desde 2011 pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com interceptações de conversas telefônicas autorizadas pela Justiça por pelo menos seis meses, a negociata teria sido flagrada com "provas robustas". As consequências imediatas foram a exoneração e prisão dos administradores regionais de Taguatinga e Águas Claras, além do cerco a 12 empresários, comerciantes, servidores e empregados de empresas particulares.
À parte a imperiosa necessidade de levar até o fim as investigações da Operação Átrio, urge passar pente-fino em todos os processos do gênero no DF. Mas não só. A peneira deve contemplar também os procedimentos dos órgãos de fiscalização. Há que dar um basta na facilidade com que falcatruas proliferam na capital do país. E também no império da impunidade - afinal, os podres somente serão expurgados de fato com a punição dos responsáveis, estejam eles onde estiverem.
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