Deputado distrital Cristiano Araújo é denunciado à Justiça;
Jovens sem qualificação para receber bolsas ganhavam até R$ 4 mil sem sair de casa
Ana Maria Campos
Helena Mader
Publicação: 05/01/2014 07:38
Atualização:
O Ministério Público do Distrito Federal denunciou o deputado distrital Cristiano Araújo (PTB) por fraude à Lei de Licitações. O caso será analisado pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça, já que o parlamentar tem foro privilegiado. Depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil que investigou um suposto esquema de concessão fraudulenta de bolsas da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), o MP decidiu oferecer ação penal contra Cristiano Araújo e imputou o crime nove vezes ao deputado.
Investigações da
Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e interceptações
telefônicas apontaram evidências da participação do distrital na
contratação de pessoas sem qualquer qualificação para receberem bolsas
de pesquisa de até R$ 4 mil, em desrespeito aos critérios do edital.
Jovens de boa aparência ganhavam a mesada sem sair de casa.
MPE/DF defende cassação de mandato do deputado distrital Cristiano Araújo
O deputado é acusado de coagir os funcionários da empresa da família a votarem nele, além de conquistarem outros eleitores sob pena de demissão.
O procurador regional eleitoral do Distrito Federal Osnir Belice apresentou alegações finais na ação do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pretende cassar o mandato do deputado distrital Cristiano Araújo. O documento é o último passo antes do julgamento da ação pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo o procurador, Cristiano cometeu abuso do poder econômico e captou votos ilicitamente nas eleições de 2006.
A primeira candidatura de Cristiano Araújo por um cargo público foi em 2006. Mesmo sem experiência, o político conquistou o segundo lugar na disputa pela Câmara Legislativa. Cristiano é filho de proprietários da empresa Fiança Ltda., que conta com mais de cinco mil empregados, somados aqueles de empresas coligadas. Os funcionários prestam serviço de limpeza e vigilância em órgãos públicos da União e do Distrito Federal. Segundo o procurador, o deputado “coagiu os empregados do grupo Fiança a lhe outorgarem os votos sob pena de demissão da empresa, e aqueles que se negaram a votar no representado foram demitidos.”
Nas alegações finais, Osnir Belice reproduziu parte dos depoimentos de seis testemunhas que foram demitidas do grupo durante a campanha. Todas elas foram dispensadas sem justa causa, relataram histórias de coerção e atribuíram a demissão à resistência em apoiar o candidato. “As testemunhas, embora trabalhassem para a mesma empresa, estavam lotados em pontos de trabalho distantes, e mesmo assim prestaram depoimentos convergentes no sentido de que foram demitidos por se recusarem a trabalhar na campanha e votar no candidato Cristiano”, explica o procurador.
O procurador regional eleitoral também põe em dúvida os depoimentos das testemunhas de defesa do deputado distrital: “As testemunhas do réu ou são seus parentes ou empregados da empresa Fiança, cujos depoimentos devem ser recebidos com reservas, pois a conduta do réu durante a campanha eleitoral deixa claro que aqueles que não seguem as ordens da empresa são sumariamente demitidos”.
A ação, chamada ação de impugnação de mandato eletivo, aguarda agora decisão do TRE-DF. A previsão é que o julgamento aconteça em, no máximo, 60 dias.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria Regional da República da 1ª Região
Telefones: 3317 4583
E-mail: carolinac@prr1.mpf.gov.br
A primeira candidatura de Cristiano Araújo por um cargo público foi em 2006. Mesmo sem experiência, o político conquistou o segundo lugar na disputa pela Câmara Legislativa. Cristiano é filho de proprietários da empresa Fiança Ltda., que conta com mais de cinco mil empregados, somados aqueles de empresas coligadas. Os funcionários prestam serviço de limpeza e vigilância em órgãos públicos da União e do Distrito Federal. Segundo o procurador, o deputado “coagiu os empregados do grupo Fiança a lhe outorgarem os votos sob pena de demissão da empresa, e aqueles que se negaram a votar no representado foram demitidos.”
Nas alegações finais, Osnir Belice reproduziu parte dos depoimentos de seis testemunhas que foram demitidas do grupo durante a campanha. Todas elas foram dispensadas sem justa causa, relataram histórias de coerção e atribuíram a demissão à resistência em apoiar o candidato. “As testemunhas, embora trabalhassem para a mesma empresa, estavam lotados em pontos de trabalho distantes, e mesmo assim prestaram depoimentos convergentes no sentido de que foram demitidos por se recusarem a trabalhar na campanha e votar no candidato Cristiano”, explica o procurador.
O procurador regional eleitoral também põe em dúvida os depoimentos das testemunhas de defesa do deputado distrital: “As testemunhas do réu ou são seus parentes ou empregados da empresa Fiança, cujos depoimentos devem ser recebidos com reservas, pois a conduta do réu durante a campanha eleitoral deixa claro que aqueles que não seguem as ordens da empresa são sumariamente demitidos”.
A ação, chamada ação de impugnação de mandato eletivo, aguarda agora decisão do TRE-DF. A previsão é que o julgamento aconteça em, no máximo, 60 dias.
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