Segurança Pública no DF
Correio Braziliense- Blog do sombra
Acostumadas a trabalhar nas ruas, as duas categorias reclamam de assaltos frequentes em algumas localidades da capital, como Samambaia e Ceilândia.
Na maioria dos casos registrados pela Polícia Civil, há agressão e ameaça de morte.
Dirigir táxi no Distrito Federal é uma missão perigosa. Mas os riscos
para os taxistas vão além dos acidentes. A categoria é alvo frequente de
assaltos, sequestros relâmpagos e até latrocínios (roubos com morte) e
se torna vítima fácil de criminosos que se passam por passageiros (leia
Memória). Para driblar a crescente violência, os motoristas rejeitam
corridas para localidades como Paranoá, Estrutural, Samambaia e
Ceilândia, em especial, à noite. Dados do Sindicato dos Permissionários
de Táxis e Motoristas Auxiliares do DF (Sinpetaxi) apontam que, em 2013,
houve 18 roubos. O número, no entanto, não é real, segundo a entidade.
Isso porque muitos deixam de informar os crimes à polícia para não se
exporem a novos ataques. ...
Em abril do ano passado, o taxista Antônio Barbosa da Luz, 57 anos,
viveu o momento mais angustiante dos 27 anos de praça. Passavam das 21h.
Antônio se preparava para terminar o trabalho do dia. O carro estava
estacionado no ponto de táxi em frente ao shopping do Jardim Botânico.
Um casal se aproximou e perguntou se ele poderia fazer uma corrida até o
Paranoá. O taxista se negou, mas o homem insistiu. “Estava chovendo na
hora, e ele me contou que a menina era menor de idade. Fiquei com pena”,
lembra a vítima, que aceitou a viagem.
Ao chegar à Quadra 6 do Paranoá e pagar a corrida de R$ 40, a dupla
anunciou o assalto. A arma usada no crime estava escondida na bolsa da
mulher, que a repassou ao comparsa. Antônio entregou três celulares,
dinheiro e relógio. Ainda sofreu agressões do criminoso. “Ele me deu uma
coronhada e bateu com a arma nas minhas costas. Cortou e sangrou muito.
Fiquei com um hematoma grande”, conta. O veículo, um Meriva, também foi
roubado.
O motorista José Costa dos Santos, 31 anos, acabou vítima de um assalto
em 6 de dezembro de 2013. Seguia para a última viagem, por volta das
4h30. Trafegava pela Via Estrutural quando parou em um cruzamento e foi
abordado por três homens. Dois estavam armados. José foi obrigado a
entrar no porta-malas do táxi. Antes, os criminosos recolheram celular,
GPS e dinheiro. Os bandidos rodaram cerca de duas horas, até abandonarem
o veículo e o taxista em um matagal. “Não aceito mais qualquer corrida
para a Estrutural, nem para o Paranoá, Samambaia ou Ceilândia”, avisa.
Ocorrências
A presidente do Sinpetaxi, Maria do Bonfim Santana, afirma que a
quantidade de assaltos contra taxistas é maior do que a registrada na
Polícia Civil do DF. “Eles entendem que não adianta correr atrás porque a
Justiça manda soltar o assaltante. Ficam com medo porque vivem
expostos”, explica. “Embora isso aconteça, a primeira dica que dou a
eles é denunciar os crimes.” Maria do Bonfim espera a aplicação de uma
lei distrital, que pode dar mais segurança aos condutores.
O adjunto da Delegacia de Repressão a Furtos (DRF), Marco Aurélio
Virgílio de Souza, alerta sobre a necessidade de os taxistas assaltados
registrarem ocorrências. “É de extrema importância a polícia saber onde
os crimes estão acontecendo para fazermos um levantamento. Tendo esses
dados e tendo um planejamento por parte da PM, vamos investigar”,
reforça.
Parada obrigatória
A Resolução de nº 5.283, aprovada em 24 de dezembro de 2013, “dispõe
sobre a parada obrigatória do transporte individual de passageiros
(táxi) nas barreiras e nos postos policiais instalados nas rodovias do
Distrito Federal, a partir das 20h”.
Dicas
» Evite chamados à noite em locais mal iluminados, isolados, de pouca circulação de pessoas e de veículos
» Estranhe clientes que estão na rua ou não são conhecidos ou cadastrados
» Desconfie se o suposto passageiros ligar de telefones públicos ou sem identificação
» Se desconfiar de atitude suspeita, informe à central e pare em barreiras ou em postos policiais
» Em caso de assalto, não reaja
Fonte: Polícia Civil do DF
Memória
2013
20 de maio
Dois homens renderam com um canivete um taxista de 36 anos na Epia, à
noite. Os criminosos se passaram por passageiros e, no trajeto para a
Candangolândia, anunciaram o assalto. Para escapar do roubo, o motorista
capotou o carro após puxar o freio de mão. Um dos bandidos acabou
preso.
19 de novembro
Um taxista de 50 anos teve o carro roubado por dois homens que também
fingiram ser passageiros. Eles anunciaram o assalto, abandonaram a
vítima no mato e fugiram com o veículo. O crime aconteceu na área
central de Brasília.
7 de dezembro
O suspeito de roubar e tentar matar um taxista em Sobradinho foi preso
pela polícia. Haroldo Balbino de Brito Santana é acusado de pegar um
táxi próximo à Ponte JK e rodar por Paranoá e Sobradinho. Ele anunciou o
assalto e esfaqueou a vítima no pescoço. O motorista foi socorrido por
um motociclista.
Fonte: Thalita Lins - Correio Braziliense - 16/01/2014
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