quinta-feira, janeiro 16, 2014
Guerra campal - SÍLVIO RIBAS
CORREIO BRAZILIENSE - 16/01
Rebeliões de presos,
arrastões de praia e rolezinhos de shoppings. Preciso dar mais exemplos
de quanto andar na rua está perigoso? Como se não bastassem as
preocupações diárias com os sequestros relâmpagos à luz do dia nas
entrequadras e estacionamentos, com as emboscadas nas entradas de
garagem e com os cada vez mais comuns ataques do tipo "chegou atirando",
agora temos de encarar as inesperadas avalanches de gente em locais
públicos.
A Constituição garante livres manifestações, mas desde que não extrapolem os nobres desejos coletivos de reivindicar direitos e pedir mudanças no que está errado. Os históricos protestos de junho de 2013 mostraram que o povo pode e deve ir às ruas para mostrar insatisfação. Mas as margens das ruas e as margens da legalidade devem ser respeitadas para que não se percam as conquistas democráticas.
Multidões pacíficas convocadas pela internet, como os flash mobs, são característica de nossos tempos, que não devem servir a intenções criminosas. O caos da segurança não interessa a ninguém. O Estado existe para garantir ao cidadão o pleno direito de locomoção, exceto quando a própria integridade física das pessoas esteja em risco. Não podemos considerar normais bloqueios de grandes avenidas por meia dúzia de manifestantes e muito menos ônibus incendiados por bandidos soltos.
Se o sistema prisional está falido, que as autoridades se sentem e tratem o assunto com a seriedade que merece, colocando o marqueteiro e o calendário eleitoral do lado de fora da sala. Se o aparato policial não sabe como lidar com hordas enfurecidas, que os superiores definam protocolos claros e rígidos para todas as situações. Ninguém aguenta mais grupos de trabalho, gabinetes de crise e discursos que insultam a inteligência da população ao tentar amenizar o descalabro.
Estamos numa guerra campal, no qual os lados contrários estão difusos? Boa parte da inércia em encontrar soluções está na visão ideológica que tende a ver as ações energéticas em nome da ordem social como gestos "de direita" e as convulsões em praça pública como "sintomas da decadência do sistema capitalista" e revelação da luta de classes.
O criminoso e o cidadão de bem não podem ser classificados conforme a raça, a condição social ou a linha de pensamento. A República nos faz todos iguais perante a lei, sejamos honestos ou não, pacíficos ou belicosos. Pelo menos era assim que deveria ser.
A Constituição garante livres manifestações, mas desde que não extrapolem os nobres desejos coletivos de reivindicar direitos e pedir mudanças no que está errado. Os históricos protestos de junho de 2013 mostraram que o povo pode e deve ir às ruas para mostrar insatisfação. Mas as margens das ruas e as margens da legalidade devem ser respeitadas para que não se percam as conquistas democráticas.
Multidões pacíficas convocadas pela internet, como os flash mobs, são característica de nossos tempos, que não devem servir a intenções criminosas. O caos da segurança não interessa a ninguém. O Estado existe para garantir ao cidadão o pleno direito de locomoção, exceto quando a própria integridade física das pessoas esteja em risco. Não podemos considerar normais bloqueios de grandes avenidas por meia dúzia de manifestantes e muito menos ônibus incendiados por bandidos soltos.
Se o sistema prisional está falido, que as autoridades se sentem e tratem o assunto com a seriedade que merece, colocando o marqueteiro e o calendário eleitoral do lado de fora da sala. Se o aparato policial não sabe como lidar com hordas enfurecidas, que os superiores definam protocolos claros e rígidos para todas as situações. Ninguém aguenta mais grupos de trabalho, gabinetes de crise e discursos que insultam a inteligência da população ao tentar amenizar o descalabro.
Estamos numa guerra campal, no qual os lados contrários estão difusos? Boa parte da inércia em encontrar soluções está na visão ideológica que tende a ver as ações energéticas em nome da ordem social como gestos "de direita" e as convulsões em praça pública como "sintomas da decadência do sistema capitalista" e revelação da luta de classes.
O criminoso e o cidadão de bem não podem ser classificados conforme a raça, a condição social ou a linha de pensamento. A República nos faz todos iguais perante a lei, sejamos honestos ou não, pacíficos ou belicosos. Pelo menos era assim que deveria ser.
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