domingo, 7 de setembro de 2014

Dilma fala em 'providências'; Aécio vê 'mensalão 2'; Marina defende Campos

06/09/2014 13h01 - Atualizado em 06/09/2014 18h22


Candidatos falaram da delação de políticos por Paulo Roberto Costa.
À PF, ex-diretor da Petrobras teria relacionado parlamentares a propina.

Do G1 *



A presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, afirmou neste sábado (6), em evento de campanha em São Paulo, que, antes de tomar "as providências cabíveis", precisa saber “direitinho” quais são as informações prestadas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, à Polícia Federal sobre um suposto esquema de pagamento de propina a políticos com recursos da Petrobras. 


Marina Silva, candidata do PSB, afirmou que a "má governança" da Petrobras está ameaçando o futuro da empresa e disse aguardar as investigações. O presidenciável do PSDB, Aécio Neves, apontou uma ação orquestrada, chamou o caso de "mensalão 2" e cobrou apuração e responsabilização dos envolvidos.

Paulo Roberto Costa delatou à Polícia Federal políticos que teriam recebido como propina parte do dinheiro de contratos da estatal com outras empresas. Além de parlamentares (deputados federais e senadores), Costa também teria mencionado governadores nos depoimentos.


“Gostaria de saber direitinho quais são as informações prestadas. Nessas condições, eu te asseguro que tomarei todas as providências cabíveis, não com base em especulação. Acho que as informações são essenciais e devidas ao governo, porque em caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas”, declarou Dilma.


Em atividade de campanha no município de Brumado, no interior da Bahia, Marina Silva defendeu o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no último dia 13 em acidente aéreo, de envolvimento no caso. "O fato de ter um empreendimento da Petrobras feito no seu estado, não dá o direito a quem quer que seja de colocá-lo na lista dos que cometeram qualquer irregularidade", declarou.


Ela afirmou que está aguardando a conclusão das investigações e criticou a gestão do atual governo na Petrobras


"Os mandatários da Petrobras estão ameaçando o futuro da Petrobras, o futuro do pré-sal. O atual governo tem que explicar da má governança que fez na Petrobras, levando essa empresa, que sempre foi respeitosa e respeitada dentro e fora do Brasil, a quase uma total falência", declarou.


Mais tarde neste sábado, durante campanha em Vitória da Conquista (BA), Marina voltou a falar sobre o assunto e disse que é preciso aguardar as investigações sobre o caso para evitar que Campos seja vítima de uma "injustiça."

"Nesse momento, qualquer julgamento, qualquer acusação sobre uma pessoa que não está mais aqui para se defender, pode ser uma grande injustiça. Nós estamos aguardando as investigações porque queremos a verdade e não queremos ver Eduardo morrer duas vezes, por uma fatalidade ou por qualquer tipo de leviandade em relação ao seu nome, à sua memória", disse Marina.

Em Presidente Prudente (SP), o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, cobrou apuração do caso e pediu a responsabilização dos envolvidos, comparando as denúncias relacionadas à Petrobras ao mensalão.
"É muito importante que as investigações sejam aprofundadas e os responsáveis sejam punidos. Durante todos os últimos nove anos, o mensalão continuou a existir no governo, agora financiado pela nossa principal empresa pública", declarou.

O presidenciável tucano classificou o episódio como "mensalão 2". Segundo ele, o suposto esquema na Petrobras é algo "orquestrado" e "organizado".

“Não se trata de um feito isolado. É um processo contínuo, orquestrado, organizado e, ao que me parece, sob as bençãos do governo do PT. É preciso que todos sejam responsabilizados. O Brasil está de frente com o Mensalão 2”, declarou o candidato, para quem "só existe um instrumento à disposição dos brasileiros para limparmos a vida pública, o voto".

Aécio disse ter "muito cuidado" em fazer "afirmações nominais" por não conhecer em detalhes as denúncias. Mas ressalvou que "o que existe, de fato concreto, a partir de um dos dirigentes mais prestigiados da Petrobras, indicado pelo PT e mantido em cargo pela atual presidente da República, não pode ser tapado com a peneira.”



* Colaboraram G1 São Paulo, G1 BA, G1 Presidente Prudente e G1, em Brasília

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