AFINAL, O DELATOR ESTÁ TENTANDO SALVAR A PELE DE OUTROS CORRUPTOS ENVOLVIDOS NA ROUBALHEIRA DA PETROBRAS?
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Costa: benefício da delação ameaçado |
Um dos
pilares de qualquer acordo de delação premiada é a exigência de que o
réu não minta perante a Justiça.
Sabe-se lá por que o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa resolveu - talvez por
esperteza mesmo - burlar o combinado com os procuradores responsáveis
pela Operação Lava-Jato e dizer-se dono de contas no exterior que não
são suas.
VEJA teve acesso a documentos que revelam que o delator está
devolvendo quase 5 milhões de dólares (cerca de 15 milhões de reais) de
terceiros para os cofres públicos.
A fortuna, nesse caso, é de
propriedade de outros acusados de corrupção na mesma investigação que já
prendeu empreiteiros e três diretores da Petrobras desde o ano passado.
Um caso típico de apropriação indébita - algo em que Paulo Roberto
Costa, aliás, se revelou um mestre na última década.
A Polícia Federal
apura ainda se, além disso, Costa está escondendo contas no exterior
para proteger esquemas de recebimento de propina e lavagem de dinheiro.
A
cortesia com o chapéu alheio pode ser facilmente identificada por quem
se dispuser a compulsar o termo de acordo de delação assinado em 27 de
agosto de 2014. Na ocasião, o ex-diretor comprometeu-se a apresentar
provas ao Ministério Público Federal de subornos pagos fora do Brasil
por empreiteiras prestadoras de serviços da Petrobras.
Foi no
exterior, por exemplo, que a Odebrecht teria pago a ele 31,5 milhões de
dólares, de acordo com uma das dezenas de confissões prestadas na PF. Na
cláusula 6ª da delação, Costa afirmou que renunciava aos valores de
contas mantidas na Suíça controladas direta ou indiretamente por ele
próprio, mediante empresas offshore.
É
justamente nesse ponto que está o problema. O ex-diretor listou doze
empresas que seriam suas - algumas inclusive no nome de familiares. Só
que quatro delas não são: a Aquila Holding, a Santa Tereza Services, a
Santa Clara Private Equity e a Elba Services.
O dono das offshores é
João Procópio de Almeida Prado, um dos subordinados do doleiro Alberto
Youssef e responsável por operar contas no exterior para o patrão.
Procópio esteve preso até 20 de fevereiro na carceragem da PF em
Curitiba. Hoje, está solto. Do site da revista Veja
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