Artigo de Rolf Kuntz no Estadão: "inflação rima com petrolão". É o estilo petista de governar:
Inflação rima com petrolão e isso é muito mais, neste momento, que uma coincidência fonética. O desarranjo dos preços, a bagunça fiscal e o saque da Petrobrás são consequências de um estilo de política. Em fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 7,7%, a maior taxa desde maio de 2005. Para explicar esse dado é preciso ir além da teoria econômica e ver como o poder é exercido no Brasil. O loteamento da administração direta e indireta, o populismo, o voluntarismo e a intervenção autoritária em todos os domínios da gestão pública são aspectos do mesmo fenômeno. Esse tipo de governo, mesmo com a presença de componentes honestos e até de alguns competentes, acaba criando espaço para o desmando, a acumulação de erros, a maquiagem dos problemas e a corrupção.
Inflação rima com petrolão e isso é muito mais, neste momento, que uma coincidência fonética. O desarranjo dos preços, a bagunça fiscal e o saque da Petrobrás são consequências de um estilo de política. Em fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 7,7%, a maior taxa desde maio de 2005. Para explicar esse dado é preciso ir além da teoria econômica e ver como o poder é exercido no Brasil. O loteamento da administração direta e indireta, o populismo, o voluntarismo e a intervenção autoritária em todos os domínios da gestão pública são aspectos do mesmo fenômeno. Esse tipo de governo, mesmo com a presença de componentes honestos e até de alguns competentes, acaba criando espaço para o desmando, a acumulação de erros, a maquiagem dos problemas e a corrupção.
Nem tudo está previsto nos códigos legais nem todos os participantes
da grande festa de erros e malfeitos dos últimos anos são criminosos,
pelo menos tecnicamente. Mas os fatos investigados na Operação Lava
Jato, é importante lembrar, são apenas uma parte - a mais escandalosa -
de uma história bem mais ampla. Muito mais que um problema de uma grande
empresa, a pilhagem da Petrobrás foi consequência de uma forma de
ocupação do aparelho do Estado e de exercício do poder. Se fosse apenas
um caso de corrupção funcional, mesmo de proporções incomuns, a lista do
procurador Rodrigo Janot incluiria pouco mais que funcionários de
algumas companhias.
A devastação da Petrobrás envolveu muito mais que uma longa sequência
de atos de corrupção. Pode ter havido mamata na compra da refinaria de
Pasadena, por exemplo, e esse é um assunto ainda sujeito a investigação.
Mas essa compra só foi possível porque o conselho de administração a
aprovou. As informações podem ter sido insuficientes. Quando o caso foi
divulgado, alguém mencionou um relatório de duas páginas e meia,
necessariamente incompleto. Ninguém terá sentido falta de mais
informação? A presidente do conselho, futura presidente da República,
não poderia, ou deveria, ter cobrado um relatório mais completo? Alguém
compraria um apartamento com tão poucos dados? (Continua).
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