Carlos Fernando do Santos Lima (MPF), juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol(MPF): cerco aos corruptos.
Segundo o Estadão, a decisão do Supremo Tribunal Federal de tirar os empreiteiros do Petrolão da cadeia e
transferir para prisão domiciliar
não vai criar obstáculos ao ritmo dos processos da Lava Jato conduzidos
pelo juiz federal Sérgio Moro. Esta é a avaliação da força-tarefa responsável pelas
investigações. Pelo cronograma, a partir de junho começam a ser
expedidas as primeiras sentenças nas cinco ações penais que têm os
executivos como réus.
Esta semana a Justiça Federal em Curitiba dará início aos
interrogatórios dos 25 dirigentes e funcionários de seis empreiteiras -
Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC -
das 16 apontadas como integrantes de um cartel nos contratos da
Petrobrás dentro desse primeiro pacote de processos criminais.
Na opinião dos investigadores, os executivos das empreiteiras têm pouca
chance de escapar da condenação pelos crimes de corrupção ativa e
lavagem de dinheiro em primeira instância. Alguns respondem ainda por
formação de organização criminosa e por uso de documentos falsos.
As acusações tratam da corrupção e dos desvios comprovados pela
força-tarefa em contratos apenas da Diretoria de Abastecimento - que era
a cota do PP no esquema. Contra eles, foi reunida farta documentação de prova material e técnica,
como quebras de sigilos fiscal, bancário e telefônico, que somadas às
confissões de delatores e às provas produzidas pela própria Petrobrás -
dentro de suas apurações administrativas - servirão como base para o
julgamento de Moro.
O coordenador da força-tarefa, procurador Deltan Dallagnol, sustenta
que há “uma guerra contra a corrupção” em curso. “Esse é apenas um
pacote das várias denúncias que virão. Estamos em uma guerra contra a
impunidade e a corrupção.”
Os executivos e as empresas serão acusados formalmente ainda por
formação de cartel, fraudes em processo licitatório, itens ainda não
inclusos nesse primeiro pacote. “As empresas simulavam um ambiente de
competição, fraudavam esse ambiente e em reuniões secretas definiam quem
iria ganhar a licitação e quais empresas participavam de qual
licitação. Temos aí um ambiente fraudado com cartas marcadas”, afirma
Dallagnol.
A Petrobrás - tratada como vítima do esquema - reforçou os trabalhos de
investigação no mês passado, quando oficialmente passou a integrar o
polo ativo dos processos. Com isso, ela virou acusadora formal dos réus,
ao lado do Ministério Público Federal.
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