02/05/2015
às 7:58
A greve de professores do Paraná é
política. Está sendo insuflada pelo PT, e não é preciso fazer um grande
esforço para chegar a essa conclusão. A senadora e ex-ministra Gleisi
Hoffmann, aquela que está enrolada com o petrolão, subiu num caminhão
para discursar em favor do movimento. É espantoso que isso aconteça e
que, na imprensa, seja o governador Beto Richa (PSDB) a levar bordoadas.
“Ah, mas e a
violência policial?” Olhem aqui: há vídeos em penca demonstrando as
práticas a que recorreram alguns manifestantes. Eu os publiquei em
outros posts. A Polícia Militar foi posta diante de duas alternativas:
ou deixava a Assembleia Legislativa ser invadida e depredada,
contrariando determinação judicial, ou reprimia os baderneiros. A
verdade é que os petistas estão querendo usar o caso do Paraná para se
reerguer. Não por acaso, a presidente Dilma Rousseff fez uma alusão às
cenas de violência. Censurou, de maneira velada, a polícia e afagou os
trogloditas.
A causa que
mobiliza os professores, para começo de conversa, é falsa. Até porque o
salário que o Paraná paga aos docentes está entre os mais altos do país.
Já chego lá.
Gleisi é só o
nome mais graúdo do PT que está diretamente envolvida com a causa. Não é
a única. Uma das líderes da manifestação violenta de quarta-feira é a
ex-presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP Sindicato)
Marlei Fernandes de Carvalho.
No ano passado, ela disputou uma vaga de
deputada federal pelo partido. Obteve 29.855 votos. Não se elegeu. O
outro que liderava a corrente da insensatez é Hermes Silva Leão, também
petista, atual presidente da entidade. Ele tenta forçar até a semelhança
física com Lula e, bem…, carrega na língua presa para tentar ficar
ainda mais parecido. Um fenômeno!
Tem mais.
Marlei e Hermes atuam em estreita colaboração com o deputado estadual,
também do PT, Professor Lemos, que tem origem no… sindicato! É conhecido
nos círculos políticos do Paraná como “Professor Aloprado” em razão do
seu, digamos assim, “estilo”… Colaborou ativamente na invasão da
Assembleia em fevereiro e na frustrada tentativa da última quarta, dia
29.
Irresponsabilidade
Notas taquigráficas dão conta da irresponsabilidade deste senhor e de outro companheiro de partido, chamado Tadeu Veneri. Ambos tentam impedir o andamento da sessão que acabou aprovando mudanças na Previdência dos servidores acusando a suposta morte de dois professores durante a baderna. Bem, as mortes simplesmente não tinham acontecido. Leiam a transcrição:
Notas taquigráficas dão conta da irresponsabilidade deste senhor e de outro companheiro de partido, chamado Tadeu Veneri. Ambos tentam impedir o andamento da sessão que acabou aprovando mudanças na Previdência dos servidores acusando a suposta morte de dois professores durante a baderna. Bem, as mortes simplesmente não tinham acontecido. Leiam a transcrição:
TADEU
VENERI: Pela ordem, deputado. Desculpe. senhor presidente! Só para
comunicar a essa Casa, nós vamos confirmar, além das pessoas que foram
detidas aqui, professora ligou acabando de informar que tem dois
professores que faleceram.
PROFESSOR LEMOS: Então, eu disse que iam matar professores, mataram. Isso é lamentável.
O nome disso
é terrorismo legislativo. A dupla teve a companhia de outro
irresponsável, o deputado Nereu Moura (PMDB), um fanático seguidor de
Roberto Requião e de Dilma:
NEREU MOURA:
Deputado Tadeu, prefiro que continue a sessão e que haja derramamento
de sangue, para que o governo pague o pato por isso. Querem aprovar,
aprovem. E que haja sangue, sim…
Os números
Uma parte dos professores está em greve por causa do tal plano, que não acarretará prejuízo nenhum a ninguém. A Justiça declarou a greve ilegal porque não lhe reconheceu nem objeto nem objetivo.
Uma parte dos professores está em greve por causa do tal plano, que não acarretará prejuízo nenhum a ninguém. A Justiça declarou a greve ilegal porque não lhe reconheceu nem objeto nem objetivo.
De 2011 até
agora, os professores do Paraná tiveram um reajuste de 60% nos salários,
para uma inflação acumulada de… 25%. A remuneração média de um
professor no Estado é de R$ 4,7 mil (R$ 4 mil de salário e R$ 721,48 de
auxílio-transporte).
O Paraná tem
um dos maiores salários iniciais (40 horas) do país para a carreira: R$
3.194,71. Em 2010, era de 2.001,78 — uma elevação, pois, de 59,59%.
Para comparar: na Bahia, que está na terceira gestão petista, é de R$
2.441.05; no Rio Grande do Sul, depois de quatro anos de petismo, está
em R$ 1.260,20. O piso nacional é de R$ 1.917,68, e a média fica em R$
2.363,38.
Ah, sim:
dessas 40 horas, 14 são reservadas à chamada hora-atividade — 35% do
total. Em 2010, eram 8 — aumento de 75%. O governo elevou ainda em 61% o
chamado “fundo rotativo”, para a manutenção das escolas, e contratou,
desde 2011, 23.653 novos profissionais.
São dados
oficiais? São, sim! Mas são também dados reais, como sabem os
professores. A greve do Paraná não é apenas ilegal, como já decidiu a
Justiça. Ela também é imotivada e imoral. E obedece a uma óbvia condução
política.
A imprensa
do Paraná e do Brasil, com raras exceções, quer incensar baderneiros?
Que o faça, em prejuízo da população. Aqui, eles não encontram abrigo.
NÃO EXISTE
UMA CAUSA TRABALHISTA NO PARANÁ. EXISTE É UMA CAUSA POLÍTICA. OS
PETISTAS QUEREM USAR O CONFRONTO PARA TENTAR SE REERGUER DE UMA CRISE
SEM RETORNO.
Ah, sim:
tentar se impor na base da invasão, da porrada, do quebra-quebra, do
confronto, em nome de um causa ou de um partido… Sim, isto, sim, é
golpe!
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