Em termos
populares, Dilma está mesmo "fora da casinha". Depois de ter "comungado"
a mandioca com o milho, entre os indígenas, nos EUA atacou a delação
premiada, o que constitui um ataque à própria Justiça (ver post
anterior), que dela se vale para desvendar a "corrupção descomunal"
promovida pelo PT. Convém lembrar que a delação é prática comum nas
verdadeiras democracias: na Itália, serviu para desbaratar a máfia; nos
EUA, para, entre outras coisas, chegar à roubalheira da Fifa:
As novas
declarações da presidente Dilma Rousseff, dadas hoje, em NY, atestam o
que muitos já vêm percebendo há algum tempo: a presidente da República
ou não está raciocinando adequadamente ou acredita que pode continuar a
zombar da inteligência dos brasileiros.
Primeiro,
ela desrespeitou seus próprios companheiros de resistência democrática
ao compará-los aos atuais aliados do PT acusados de, nas palavras do
Procurador Geral, terem participado de uma “corrupção descomunal”.
A
presidente chega ao acinte de comparar uma delação feita, dentro das
regras de um sistema democrático, para denunciar criminosos que
assaltaram os cofres públicos e recursos pertencentes aos brasileiros,
com a pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus
companheiros de luta pela democracia.
A presidente realmente não está bem.
É preciso
que alguém lhe informe rapidamente que o objeto das investigações da
Polícia Federal, do MPF e da Justiça não são doações legais feitas de
forma oficial por várias empresas a várias candidaturas, inclusive a
minha, mas sem qualquer contrapartida que não fosse a alforria desses
empresários em relação ao esquema de extorsão que o seu partido
institucionalizou no Brasil.
O que se
investiga – e sobre o que a presidente deve responder – são as denúncias
feitas em delação premiada pelo Sr. Ricardo Pessoa que registram que o
tesoureiro da sua campanha e atual Ministro de Estado Edinho Silva teria
de forma “elegante” vinculado a continuidade de seus contratos na
Petrobras à efetivação de doações à campanha presidencial da candidata
do PT.
Ou ainda a
afirmação feita pelo mesmo delator de que o tesoureiro do seu partido, o
Sr. João Vacari, hoje preso, sempre o procurava quando assinava um novo
contrato para cobrar o que chamou de “pixuleco”.
Não será
com a velha tentativa de comparar o incomparável que a Sra. Presidente
vai minimizar sua responsabilidade em relação a tudo o que tem vindo à
tona na Operação Lava Jato.
O fato
concreto é que, talvez nunca na história do Brasil, um Presidente da
República tenha feito uma visita oficial a outro país numa condição de
tamanha fragilidade. E afirmações como essa em nada melhoram sua
situação.
Aécio Neves
Presidente nacional do PSDB
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