segunda-feira, 29 de junho de 2015

Neurônio único! A POSTOS!:Mercadante diz que Dilma está "com muita vontade de falar" após divulgação de delação de empreiteiro da UTC


Por Jovem Pan
fonte: José Cruz/Agência Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante deu entrevista coletiva neste sábado (27) para explicar o envolvimento de seu nome em reportagem da revista Veja



O ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante deu entrevista coletiva neste sábado (27) para explicar o envolvimento de seu nome em reportagem da revista Veja que listou 18 políticos a quem o ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa, preso na Operação Lava Jato, teria dado dinheiro, segundo delação do mesmo.


A atitude foi semelhante à do ministro da Comunicação Social Edinho Silva, que criticou o que chamou de "vazamento seletivo" de conteúdo de delação premiada. Mercadante disse que a presidente Dilma Rousseff deve falar em breve com a imprensa sobre dinheiro de origem duvidosa que sua campanha eleitoral de 2014 teria recebido, de acordo com a mesma reportagem.

Mesmo embarcando ainda neste sábado (27) aos Estados Unidos para se encontrar com Obama e buscar parceiros comerciais, Dilma quer explicar as denúncias que envolveram tesoureiros de sua equipe eleitoral, informa o ministro. "Pode ter certeza que ela está com muita vontade de falar", disse Mercadante.


O ministro da Casa Civil se reuniu na manhã deste sábado com a própria Dilma, além do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e da Secom, Edinho Silva. Ele justificou por que não viajará mais junto à delegação brasileira aos Estados Unidos. O nome de Mercante estava previsto na lista de brasileiros que iriam representar o País.

O ministro negou que o cancelamento da passagem teria se dado por causa da reportagem de Veja. Mercadante afirma que "nunca mais" conseguiu viajar depois de se tornar ministro da Casa Civil, "nem pra são paulo para ver minhas netas", confidenciou.


Ele alega ainda que não tomou o avião porque a agenda no Senado na próxima semana está muito cheia com assuntos importantes e porque fazia questão de justificar as acusações envolvendo seu nome. "Eu quero estar aqui, eu quero explicar todas as vezes que necessário, eu quero transparência", afirmou.



A revista aponta que o atual ministro teria recebido R$ 250 mil de Ricardo Pessoa não declarados, segundo delação do próprio dono da UTC.


O dinheiro foi doado na campanha do petista ao governo do estado de São Paulo em 2010, quando Mercadante perdeu para Geraldo Alckmin (PSDB). O atual governador de São Paulo "também recebeu das empresas, R$1,4 milhão pela Constran e pela UTC, devidamente prestados contas na Justiça Eleitoral", fez questão de enfatizar Mercadante.


O principal ministro da presidente garantiu que não houve ilegalidades e desafiou os jornalistas a entrarem no site da Justiça Eleitoral e verificarem recibos já declarados. Mercadante confirmou que recebeu R$ 500 mil em duas parcelas de R$ 250 mil, mas diz ter declarado as quantias. Ele também defendeu a inocência prévia das empreiteiras, que não deveriam ser condenadas e consideradas inidôneas sem provas. "Não há nenhuma base jurídica, nem haverá (para isso)", disse.


"Depois de ter o dano reparado, tomarei as medidas judiciais cabíveis", disse ainda Mercadante, dando a entender que processará o líder da UTC ou a revista que divulgou trechos da delação premiada.

Críticas e economia

Questionado se as recentes denúncias prejudicariam a atração de investimentos estrangeiros, como os que o governo brasileiro busca nos EUA, Mercadante disse: "se crítica da imprensa brasileira prejudicasse investimentos no Brasil, nós não teríamos nos tornado a quinta maior economia do mundo", disse.


 "Nós estamos no limite do que nós poderíamos fazer para amortecer uma crise internacional", afirmou ainda o ministro, destacando a importância do ajuste fiscal e acordo de fundo de investimentos com a China assinado nesta sexta de US$ 20 bilhões.


Mercadante também comentou a parceria política com o PMDB, a quem chamou de "um partido estratégico para a coalizão", elogiando a atuação do vice-presidente da República e peemedebista Michel Temer na articulação política para a aprovação de matérias para o ajuste fiscal.

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