Há
15 anos, o país ocupava o 41º lugar entre os países avaliados. Com o
baixo investimento no setor de infraestrutura, caiu para a 53ª posição. O
PAC da Dilma não deu em nada: foi apenas embromação eleitoreira:
O
baixo investimento no setor de infraestrutura tem distanciado o Brasil
dos principais concorrentes e reduzido a competitividade do produto
nacional. Nos últimos 15 anos, apesar de algumas concessões feitas pelo
governo na área de rodovias, aeroportos e energia, o País perdeu 12
posições no ranking mundial, elaborado pelo International Institute for
Management Development (IMD) e compilados pela Fundação Dom Cabral.
Entre os 61 países avaliados, a infraestrutura nacional ocupa hoje a
53.ª posição – em 2001, estava em 41.º lugar.
Os
leilões de rodovias, aeroportos e energia, sem dúvida, ajudaram a
melhorar a qualidade dos ativos brasileiros. Mas não foram suficientes
para desbancar os demais países, que têm apostado mais na melhora da
infraestrutura, explica o coordenador do Núcleo de Inovação e
Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda. Segundo Arruda,
responsável pela coleta de dados do Brasil para o ranking, o País está
fazendo muito pouco no setor enquanto outras nações elegeram a área como
estratégica para elevar a competitividade.
De 2012 para cá, seis países ultrapassaram o Brasil no ranking:
Jordânia, México, Tailândia, Romênia, Ucrânia, Bulgária e Argentina. No
México, concorrente direto do Brasil, o plano para o setor de
infraestrutura prevê investimentos – públicos e privados – de US$ 590
bilhões nos próximos cinco anos. O pacote lançado na semana passada pelo
governo prevê R$ 198 bilhões (ou US$ 64 bilhões pela cotação de
sexta-feira), sendo R$ 69 bilhões (US$ 22 bilhões) até 2018.
O problema é que, com base em experiências passadas, sabe-se que boa
parte dos projetos apresentados não sairão do papel. Em 2012, o governo
lançou o Programa de Investimento em Logística, mas a maioria dos
empreendimentos não decolou. Além disso, a participação do governo nos
investimentos tem sido muito baixa, e deverá continuar assim por causa
da crise fiscal, afirma o economista Mansueto Almeida, especialista em
contas públicas.
Segundo ele, nos últimos quatro anos, enquanto os gastos públicos
cresceram R$ 200 bilhões, o volume de investimento do governo avançou
apenas R$ 20 bilhões. Isso inclui as áreas de educação, saúde,
desenvolvimento agrário e defesa. No setor de transportes, os
investimentos recuaram R$ 2 bilhões, o que representa queda real de 16%.
“A ideia do governo com o pacote é fazer com que a iniciativa privada
compense essa queda de investimento público.”
Nos últimos anos, segundo a consultoria Inter.B, o Brasil investiu
menos de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura. Pelos
parâmetros internacionais, o País deveria injetar, pelo menos, 3% do PIB
só para manter os ativos existentes. Ou seja, houve uma deterioração da
infraestrutura, afirma o presidente da Câmara Brasileira da Indústria
da Construção, José Carlos Rodrigues Martins.
Concorrentes. Enquanto
isso, os concorrentes do Brasil estão alguns passos à frente. Na
Tailândia, investe-se 15% do PIB em infraestrutura; na China, 13%;
Vietnã, 10%; Índia, 6%; e Chile, 5,1%. Para melhorar a qualidade dos
ativos e alcançar níveis de países industrializados, seria necessário
aplicar entre 4% e 6% do PIB durante 20 anos. “Mas isso só vai acontecer
quando a infraestrutura fizer parte de uma política de Estado, o que
não existe no Brasil”, afirma o presidente da Inter.B, Cláudio
Frischtak.
Para Frischtak, os projetos do setor não podem ficar “ao sabor” dos
governos de plantão, precisam ser independentes dos ciclos eleitorais.
Além disso, não se pode perder tempo com propostas mirabolantes, que
gastam energia e dinheiro e depois são abandonadas. Além do trem-bala,
entre Rio e São Paulo, a Empresa de Planejamento e Logística (EPL)
deixou de ser prioridade e foi esquecida. “Isso sem contar a ferrovia
Transnordestina, uma obra privada, mas financiada por órgãos federais, e
que nunca é concluída.”
Para Arruda, da Dom Cabral, se o Brasil tivesse investido tudo que
estava previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a
infraestrutura poderia ter tido avanços significativos. Mas o que existe
é uma grande defasagem. Segundo relatório do Fundo Monetário
Internacional (FMI), o indicador de qualidade da eletricidade, rodovias,
ferrovias e portos brasileiros é o segundo pior entre dez concorrentes
diretos (EUA, Canadá, Índia, Argentina, Austrália, China, Casaquistão,
México, Rússia e África do Sul). (Estadão).
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