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Felipe Moura Brasil
Veja algumas manchetes recentes emplacadas pela Ordem dos Advogados do Brasil:
- Presidente da OAB diz ser ‘natural’ reunião [secreta] de ministro [José Eduardo Cardozo] com advogados [das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato] (G1)
- OAB rebate Barbosa e defende reunião entre advogados e autoridades (Valor)
- OAB quer impedir [o juiz] Sergio Moro de usar documentos jurídicos da Odebrecht (Folha)
- Parecer da OAB aponta ‘desrespeito ao sigilo profissional’ de advogados da Odebrecht (Estadão)
- OAB diz que redução da maioridade é inconstitucional e que pode ir ao STF (Folha)
- Governo e OAB reagem a manifestações de preconceito contra Dilma e Maju (O Dia)
São apenas alguns exemplos colhidos a esmo entre milhares.
A OAB está cumprindo direitinho o seu papel de legitimar as posições petistas diante do público ingênuo, com a autoridade de entidade “isenta” especializada em direito - exatamente como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil faz como suposta representante da Igreja Católica.
Nem o Instituto Lula defende tanto o PT quanto o presidente da OAB, Marcus Vinicius Coelho, e seu comparsa Pedro Paulo Guerra de Medeiros - ou o assessor político da CNBB, Daniel Seidel, não à toa ex-candidato petista a deputado federal (2002) e distrital (2014), como já retratei aqui.
O histórico da dupla
Como boas almas petistas, Marcus e Pedro Paulo, que atua como procurador nacional adjunto de Defesa das Prerrogativas da OAB, têm um história antiga de problemas com a Justiça.
Além de réu por improbidade administrativa, Marcus foi acusado em fevereiro de enganar os pobres, embolsando honorários irregularmente, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça.
Segundo a Época, “as merendeiras e os professores do Piauí, que recebiam menos de um salário mínimo nos anos 90, ganharam na Justiça indenização de 400 milhões do governo estadual. Mas um grupo de advogados, liderado por Marcus Vinicius Coelho, que nem sequer atuou no caso, estava faturando – e antes de muitos dos trabalhadores – 108 milhões desse total. A corregedoria do CNJ considerou irregulares os honorários dos advogados e mandou suspender os pagamentos.”
Esse é o Marcus que deseja ser ministro do Supremo Tribunal Federal.
Além dos próprios esforços do presidente da OAB em defesa de Dilma e PT, Ricardo Lewandowski se esforçou muito para que ele fosse indicado por Dilma, mas até Luiz Edson Fachin podia passar com mais facilidade no teste de reputação ilibada.
Em 2013, poderia ter sido o Lula, também, o autor do discurso de Marcus ao ser eleito presidente do Conselho Federal da OAB: “O nosso compromisso é o de atrair e fundir os de baixo, o todo, para que o exercício do poder não seja uma obra dos de cima, nem das elites dirigentes”.
De exercício do poder das elites dirigentes, seu comparsa Pedro Paulo entende.
O advogado goiano, que chegou a ser preso em 2007 em meio a denúncias de fraude nas provas para ingresso na advocacia, deu suporte jurídico no processo do mensalão ao tesoureiro petista Delúbio Soares, condenado a oito anos e onze meses de prisão por formação de quadrilha e corrupção ativa:
“Se um cliente normal meu tomasse essa pena, eu falaria: ‘Fica tranquilo’, porque é óbvio que iam revisar e diminuir. Mas, nesse caso do mensalão, é tudo fora do padrão”, defendia ele na revista Piauí, atacando o STF como faz agora com Sergio Moro – e sendo repercutido pelos blogs sujos do PT, como o Brasil 171.
Para Pedro Paulo, a prisão podia até fazer bem à imagem dos condenados.
“Em seis meses, eles vão virar mártires. O PT não vai deixar a nação se esquecer daqueles que estão presos”, disse o advogado militante.
Quem não se esqueceu foi ele próprio, cujo escritório de advocacia em Brasília deu uma vaguinha de “estagiário” para o “mártir” João Paulo Cunha (PT-SP), oferecendo ao petista também condenado no julgamento do mensalão um salário de 1.500 reais mensais.
Essas, senhoras e senhores, são as pessoas “isentas” que emplacam no noticiário as manchetes da OAB e da CNBB. Duas entidades tão ativas politicamente quanto distantes dos ideais fundadores de suas respectivas doutrinas: o direito e o cristianismo.
As siglas de ambas deveriam aparecer em vermelho nos jornais, com o número 13 embutido e uma estrelinha no fundo.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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- Presidente da OAB diz ser ‘natural’ reunião [secreta] de ministro [José Eduardo Cardozo] com advogados [das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato] (G1)
- OAB rebate Barbosa e defende reunião entre advogados e autoridades (Valor)
- OAB quer impedir [o juiz] Sergio Moro de usar documentos jurídicos da Odebrecht (Folha)
- Parecer da OAB aponta ‘desrespeito ao sigilo profissional’ de advogados da Odebrecht (Estadão)
- OAB diz que redução da maioridade é inconstitucional e que pode ir ao STF (Folha)
- Governo e OAB reagem a manifestações de preconceito contra Dilma e Maju (O Dia)
São apenas alguns exemplos colhidos a esmo entre milhares.
A OAB está cumprindo direitinho o seu papel de legitimar as posições petistas diante do público ingênuo, com a autoridade de entidade “isenta” especializada em direito - exatamente como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil faz como suposta representante da Igreja Católica.
Nem o Instituto Lula defende tanto o PT quanto o presidente da OAB, Marcus Vinicius Coelho, e seu comparsa Pedro Paulo Guerra de Medeiros - ou o assessor político da CNBB, Daniel Seidel, não à toa ex-candidato petista a deputado federal (2002) e distrital (2014), como já retratei aqui.
O histórico da dupla
Como boas almas petistas, Marcus e Pedro Paulo, que atua como procurador nacional adjunto de Defesa das Prerrogativas da OAB, têm um história antiga de problemas com a Justiça.
Além de réu por improbidade administrativa, Marcus foi acusado em fevereiro de enganar os pobres, embolsando honorários irregularmente, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça.
Segundo a Época, “as merendeiras e os professores do Piauí, que recebiam menos de um salário mínimo nos anos 90, ganharam na Justiça indenização de 400 milhões do governo estadual. Mas um grupo de advogados, liderado por Marcus Vinicius Coelho, que nem sequer atuou no caso, estava faturando – e antes de muitos dos trabalhadores – 108 milhões desse total. A corregedoria do CNJ considerou irregulares os honorários dos advogados e mandou suspender os pagamentos.”
Esse é o Marcus que deseja ser ministro do Supremo Tribunal Federal.
Além dos próprios esforços do presidente da OAB em defesa de Dilma e PT, Ricardo Lewandowski se esforçou muito para que ele fosse indicado por Dilma, mas até Luiz Edson Fachin podia passar com mais facilidade no teste de reputação ilibada.
Em 2013, poderia ter sido o Lula, também, o autor do discurso de Marcus ao ser eleito presidente do Conselho Federal da OAB: “O nosso compromisso é o de atrair e fundir os de baixo, o todo, para que o exercício do poder não seja uma obra dos de cima, nem das elites dirigentes”.
De exercício do poder das elites dirigentes, seu comparsa Pedro Paulo entende.
O advogado goiano, que chegou a ser preso em 2007 em meio a denúncias de fraude nas provas para ingresso na advocacia, deu suporte jurídico no processo do mensalão ao tesoureiro petista Delúbio Soares, condenado a oito anos e onze meses de prisão por formação de quadrilha e corrupção ativa:
“Se um cliente normal meu tomasse essa pena, eu falaria: ‘Fica tranquilo’, porque é óbvio que iam revisar e diminuir. Mas, nesse caso do mensalão, é tudo fora do padrão”, defendia ele na revista Piauí, atacando o STF como faz agora com Sergio Moro – e sendo repercutido pelos blogs sujos do PT, como o Brasil 171.
Para Pedro Paulo, a prisão podia até fazer bem à imagem dos condenados.
“Em seis meses, eles vão virar mártires. O PT não vai deixar a nação se esquecer daqueles que estão presos”, disse o advogado militante.
Quem não se esqueceu foi ele próprio, cujo escritório de advocacia em Brasília deu uma vaguinha de “estagiário” para o “mártir” João Paulo Cunha (PT-SP), oferecendo ao petista também condenado no julgamento do mensalão um salário de 1.500 reais mensais.
Essas, senhoras e senhores, são as pessoas “isentas” que emplacam no noticiário as manchetes da OAB e da CNBB. Duas entidades tão ativas politicamente quanto distantes dos ideais fundadores de suas respectivas doutrinas: o direito e o cristianismo.
As siglas de ambas deveriam aparecer em vermelho nos jornais, com o número 13 embutido e uma estrelinha no fundo.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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