Estudo do IBGE mostra as mudanças na cobertura e uso da terra e aponta redução nas pastagens naturais e florestas
Publicado em setembro 28, 2015 por Redação
De 2010 a 2012, as áreas ocupadas por vegetação
natural não-arbórea sujeitas ao pastoreio (pastagens naturais), que
predominam nos biomas cerrado, caatinga e pampa, apresentaram uma
redução de 7,8% em sua cobertura, com uma perda de aproximadamente
149.670 km2. Nas vegetações florestais, que predominam nos biomas Mata
Atlântica e Amazônia, nesse período, o percentual de desflorestamento
foi quatro vezes menor (1,8%), e correspondeu a cerca de 59.230 km2.
Observou-se uma aceleração nos processos de mudanças na cobertura e uso
da terra, uma vez que nos dois anos compreendidos entre 2010 e 2012,
houve alterações em 3,5% do território nacional, a metade do observado
nos dez anos compreendidos entre 2000 e 2010 (7,0%). Entre as áreas que
sofreram alteração, o principal processo observado foi a expansão
agrícola, responsável por 68,0% (77.520 km2) dos avanços em áreas
florestais e áreas florestais mistas e 66,0% (101.710 km2) das mudanças
nas pastagens naturais e campestres mistas.
Essas informações fazem parte do projeto Mudanças na
Cobertura e Uso da Terra, que, inserido no contexto das conferências
mundiais sobre meio ambiente, na implementação do Sistema de
Contabilidade Econômica Ambiental e nos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS), tem como objetivo monitorar as mudanças na cobertura e
uso da terra do Brasil a cada dois anos e possibilitar comparações
internacionais. Nesta divulgação, foram analisados os períodos de 2000 a
2010 e de 2010 a 2012, utilizando imagens de satélite de diferentes
resoluções espaciais associadas a informações complementares.
A publicação completa do estudo pode ser acessada aqui.
Pastagens plantadas cresceram 38,8% (240.600 km2) entre 2000 e 2010
Entre os anos de 2000 e 2010, o crescimento das áreas
de pastagem plantada, destinadas à pecuária, (38,8% ou cerca de 240.600
km²) foi significativamente maior que o incremento de áreas agrícolas
(19,2% ou aproximadamente 77.700 km2). De 2010 a 2012, porém,
observou-se uma mudança na dinâmica dos processos de transformação, com
significativo aumento da área agrícola (8,6% ou 40.700 km2), diminuindo a
diferença em relação à área de pastagem plantada (11,1% ou 95.600 km2),
embora essa última ainda apresente maior aumento.
Entre 2000 e 2010, a proporção de diminuição da
vegetação florestal (-7,2% ou 254.200 km2) foi equivalente à perda na
área de pastagem natural (-7,7% ou 158.700km2). Diferentemente do
período de comparação anterior, de 2010 para 2012 a perda percentual de
área de pastagem natural (-7,8% ou 149.670 km2) foi quatro vezes maior
que a área de vegetação florestal (1,8% ou 59.230 km2).
Considerando todo o período (2000 a 2012), o maior
incremento foi observado nas pastagens plantadas (336.240 km2 ou 54,4%),
seguido das áreas agrícolas (117.440 km2 ou 29,4%). As pastagens
naturais foram os ambientes que mais perderam cobertura (-308.410 km2 ou
-14,8%), embora em termos absolutos as vegetações florestais também
tenham apresentado grande redução (-313.450 km2 ou -8,9%).
De 2010 a 2012, a agricultura foi responsável
por 68% das reduções de áreas florestais e por 65% da retração das
áreas de pastagens naturais
No período de 2010 a 2012, as alterações nas classes
de cobertura e uso da terra atingiram 3,5% do território nacional, a
metade do observado no período de 2000 a 2010 (7,0%), indicando uma
aceleração nos processos de mudanças na cobertura e uso da terra. Tendo
como referência apenas as áreas onde houve mudanças, foi possível notar
diferenças entre os ambientes florestais e as pastagens naturais. Nesta
análise, consideraram-se como ambientes florestais as classes vegetação
florestal, mosaico de área agrícola com remanescentes florestais e
mosaico de vegetação florestal com atividade agrícola, e como pastagens
naturais as classes pastagem natural e mosaico de vegetação campestre
com atividade agrícola.
Nas áreas florestais, entre 2000 e 2010, a expansão
agrícola foi o processo predominante, respondendo por 65% (236.600 km²)
do desflorestamento, seguido pela expansão das pastagens plantadas (35%
ou 127.200km²). Nas pastagens naturais, tanto a expansão agrícola
(89.500 km2) quanto a expansão das pastagens plantadas (89.780 km2)
foram responsáveis pela redução da cobertura, já que cada um dos
processos apresentou taxa de 48%.
No período 2010-2012, a expansão agrícola novamente
foi a responsável pela maior parte do desflorestamento (68% ou 77.520
km2), seguido pela expansão das pastagens plantadas (28% ou 32.120 km2).
Estes dois processos também foram os principais responsáveis pela
redução das pastagens naturais, sendo que a expansão agrícola respondeu
por 65% (101.710 km2) desta alteração, contra os 48% do período
anterior, o que representa um incremento significativo. A expansão de
pastagem plantada foi responsável por apenas 32% (50.240 km2) da
retração das pastagens naturais.
Informações do IBGE, in EcoDebate, 28/09/2015
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