Comentário do ex-presidente será veiculado nesta segunda-feira, 28, em programa partidário do PSDB na TV aberta
O
programa nacional do PSDB que vai ao ar na noite desta segunda-feira,
28, faz duras críticas ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Num dos trechos mais fortes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
diz que Dilma está pagando pela "herança maldita" deixada pelo
antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.
"A economia vai muito mal e a presidente é refém de uma base de
sustentação no Congresso que, a cada dia, é mais do tipo toma-lá-dá-cá.
Ela está pagando pela herança maldita que o Lula deixou", diz FHC.
A expressão "herança maldita" foi cunhada por petistas que diziam que
Lula havia recebido das mãos do tucano, em 2003, um País cheio de
problemas, como a inflação alta e o baixo crescimento. Foi a primeira
vez que FHC usou a mesma frase para se referir ao governo do
ex-presidente petista.
Na propaganda, o tucano também afirma que o PT, que prometia "o céu ao
povo", agora "oferece o inferno da crise e do desemprego". "Está na hora
de a presidente ter grandeza e pensar no que é melhor para o Brasil, e
não para o PT", diz o tucano.
Nos últimos meses, FHC tem aumentado o tom contra a presidente. Em
agosto, ele usou o seu perfil no Facebook para sugerir a renúncia de
Dilma, que classificou também como um "gesto de grandeza". A declaração
foi feita um dia após líderes do partido terem participado de
manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas em diversas
cidades.
Esta semana, diante da disparada da cotação do dólar, FHC afirmou que o
PT estava "mordendo a língua de tanto que disse que recebeu um governo
quebrado em 2002". O tucano também criticou a reforma administrativa
negociada por Dilma, e disse que a presidente estava fazendo um "pacto
com o demônio" para tentar salvar seu governo ao oferecer novos
ministérios, como o da Saúde, para o PMDB.
Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), é outro
protagonista da peça. Diante da iniciativa de setores do partido de
pedir o impeachment de Dilma, ele afirmou que a legenda vai agir sempre
"dentro das regras democráticas".
O tucano também disse que o partido é contra a volta da CPMF, mas que
não se furtaria a ajudar a presidente caso o governo adotasse uma agenda
a favor da retomada do crescimento e não do aumento de impostos.
"Oposição sim, nós somos oposição a esse governo. Mas nós não somos nem
jamais seremos oposição ao Brasil. Aquilo que entendermos ser necessário
para melhorar a vida das pessoas, para melhorar a sua vida, nós
faremos", disse Aécio.
O mote, que vem sendo explorado pelo PSDB, de que Dilma mentiu para a
população, também está presente na peça. Em sua fala, o senador José
Serra (SP) afirma que o governo foi alertado da crise, mas ignorou a
gravidade da situação para vencer as eleições.
"Nós avisamos: está entrando água no barco, pode afundar. Mas o PT se
fez de surdo e não cuidou de prevenir a crise. Só pensou em ganhar a
reeleição. Os brasileiros não podem mais pagar a conta dessa
incompetência do PT. Eu acho que está na hora de o PT pagar pelos seus
próprios erros", disse.
O governador Geraldo Alckmin também participou da propaganda. Trechos da peça foram antecipados neste domingo pela Globo News.
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