Jorge Oliveira
Lula, conversa de botequim que não impressiona a mais ninguém
É inacreditável ainda ver o Lula dizer a lorota de que o Brasil passou a existir depois do governo dele. Antes, o país não passava de uma terra atrasada, com um bando de famintos perambulando pelas cidades, refém dos políticos inescrupulosos.
Outra bobagem é de que a democracia plena chegou ao Brasil por suas mãos porque ele conversava com empresários, políticos e até com catadores de papel. Não fez, porém, mea-culpa pelos destroços que causou à economia do país e nem comentou sobre a prisão dos seus principais auxiliares que estão nos presídios respondendo por crimes ao patrimônio público.
Bem vestido, alinhado, de cabelos e barba pintados de castanho, Lula mostrou-se um pouco nervoso na entrevista. Não parecia muito a vontade quando tinha que responder aos questionamentos sobre o governo atual nem tampouco quando perguntado sobre seus filhos envolvidos em maracutaias. Mas como político experiente e acostumado a plateias diversas desde que foi líder sindical, portou-se como se estivesse num ensaio de uma peça teatral. Não passaria imune, portanto, a um detector de mentiras quando disse que não pressionava a Dilma para tirar Joaquim Levy do ministério da Fazenda.
Dissimulado, o ex-presidente quis passar para o Brasil a ideia de que a crise é fruto dos problemas externos. Insinuou que a Dilma deveria voltar a sua política econômica de estimular o consumo para gerar emprego e movimentar a indústria, uma decisão que se mostrou desastrosa para o país. Como não entende patavina de economia, fala coisas irresponsáveis e levianas como as de que os “banqueiros precisavam ganhar mais dinheiro no seu governo para não avançar mais sobre o estado”.
Esse tipo de tolice, na verdade, ele sempre disse. Mas como herdou uma economia estabilizada e a manteve durante o seu governo até a destruição atual, suas palavras se esvaziavam ao vento.
Agora, ouvir Lula dizer as mesmas bobagens, criar as mesmas metáforas e fazer trejeitos para impressionar o entrevistador, parece-me meio fora de tempo.
Não se pode mais desassociar do ex-presidente os seus malfeitos, sua conduta desabonadora e do lamaçal que caiu sobre ele, seus auxiliares e filhos. Por isso, o telespectador ficou certamente com a impressão de está assistindo um filme épico, velho, desbotado, de película arranhada, onde o rei tenta explicar, sem muita convicção, que perdeu o trono mas promete resistir para reconquistá-lo.
E se voltar ao poder, vai "trazer novamente momentos felizes e fartura para seus súditos na terra prometida".
Promessas vãs, conduta extemporânea, quando se sabe que América Latina inicia uma assepsia nos governos demagogos e populistas.
A entrevista do Lula, pelo vazio, não repercutiu. Para quem esperava criar um frisson nos brasileiros, voltou para casa frustrado. Sabe agora que não impressiona mais seus súditos como antigamente.
Precisa, antes de tudo, prestar contas à Justiça que apura o seu enriquecimento ilícito e a sua cumplicidade com os meliantes petistas que assaltaram os cofres públicos.
A conversa com Roberto D’Ávila deixa nos brasileiros uma convicção: a era Lula, felizmente, está por um fio. E para o bem do Brasil muitos dos seus amigos vão passar um bom tempo na cadeia, remédio amargo, mas necessário para limpar o pais dessas ratazanas.
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