quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Sobre a "dívida histórica" que a sociedade brasileira tem com os negros.





A "DÍVIDA HISTÓRICA" DA PRÓPRIA HISTÓRIA
Por Pedro Duarte (Professor de História e negro)

Tenho lido muito e ouvido falar que hoje em dia que a sociedade brasileira precisa pagar uma "Dívida Histórica" que tem com os negros.

Mas essa acusação falaciosa se torna confusa quando percebe-se que o próprio negro também escravizava.

* Zumbi de Palmares (aquele que os livros do MEC disseram ser o líder de um exemplo de sociedade comunitária) tinha escravos e matou Ganga Zumba, seu tio, para se tornar o líder daquele Quilombo.

 
* Chica da Silva, casada com um capitão-mor português, só conseguiu se inserir na sociedade mineira por ter diversas escravas que eram oferecidas como prostitutas à elite colonial.

 
* O maior comerciante de escravos do século XIX era um negro; seu nome era Francisco Felix "O Xaxá", e só ele foi responsável pelo tráfico de 500 mil escravos (todos eles registrados em atas comerciais).


Quem cobrará a "Dívida Histórica" desses negros que também escravizaram?


Para tentar resolver esse imbróglio, os professores de história criaram o mito de Zulu (o herói negro, símbolo da resistência) e ocultaram os fatos da vida de Chica da Silva e Xaxá.


A tendenciosidade da Historiografia Brasileira é abusadamente maldosa. E esse "revanchismo histórico", que joga classes sociais x classes sociais e etnias x etnias nunca quis, de fato, falar de história, apenas usar a história com finalidades políticas.


Que a hecatombe da escravidão no Brasil foi um episódio terrível na história mundial, todos sabemos e condenamos. Mas não se deve culpar determinados grupos em favor de outros.


A culpa pela escravidão, que durou oficialmente 358 no Brasil, não é apenas de uma determinada etnia. Ela é milenar e vem desde os tempos da própria África.

Por isso, antes de querer debater de forma acusativa, é necessário ler a história de forma ampla, buscando as origens, não apenas as consequências sociais.



Portanto, quando alguém vem apenas com chavões falaciosos repetidos em bancos escolares, como um papagaio que apenas repete o que ouviu, sem nem ao menos saber o que está repetindo, eu tenho o gosto de expor documentos, fatos, nomes e provas, para destacar que história é muito mais que uma leitura.


História é pesquisa, compreensão e, acima de tudo, REFLEXÃO.


Mas reflexão é algo que se deve fazer sozinho, por isso reitero: para conhecer a História é preciso LER e, acima de tudo, ENTENDER sem alguém murmurando doutrinas em seus ouvidos.


EM TEMPO: a maior "Dívida Histórica" que existe é da própria história, que por tantos anos mentiu nas escolas para nossos filhos.


Postado por BLOG do PROVINCIANO às 08:04



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