03 de Dezembro de 2015
A decisão do
presidente da Câmara de considerar procedente a denúncia contra Dilma,
abrindo o processo do impeachment, levará a presidente a uma situação
irreversível de deterioração do poder. Ela enfrentará parlamentares
hostis, cansados de maus tratos e atentos ao desejo da população de
vê-la pelas costas. Pode ter sido o começo do fim de uma crise ética,
política e econômica sem precedentes no Brasil.
A partir de agora, a agenda de Dilma deve minguar, por falta de interessados, e haverá filas na antessala do vice Michel Temer.
Há muito, Dilma
perdeu o respeito de ministros e até de assessores, que já não silenciam
seus gritos e até respondem aos xingamentos.
Ministro da
intimidade do Planalto contou a esta coluna que a crise não mudou a
atitude de Dilma: tratando auxiliares aos gritos, dedo em riste.
O plano B de Dilma é
recorrer ao Supremo Tribunal Federal presidido pelo amigo Ricardo
Lewandowski, tentando anular a decisão de Cunha.
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O Palácio do Planalto
ligou o sinal de alerta e orientou os deputados aliados para tentar
barrar a aprovação do relatório da CPI da Câmara que apura
irregularidades nos fundos de pensão. Chegou ao governo que o relatório a
ser apresentado está em fase de conclusão e pedirá o indiciamento do
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-tesoureiro petista João
Vaccari Neto e de gestores dos fundos filiados ao PT.
Os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) cobram “firmeza” aos aliados na CPI.
Berzoini e Wagner temem pelo relatório, pois ambos têm fortes ligações aos presidentes petistas de fundos de pensão.
Os ministros disseram a aliados que a CPI tem “potencial letal”, especialmente com os desdobramentos da Lava Jato.
A admissibilidade do
impeachment coincide com a provável abertura do processo contra Eduardo
Cunha, e põe fim à mais repugnante troca de chantagens entre os
presidentes de poderes enrolados em safadezas.
Lula e o PT avaliaram
que era melhor tentar se salvar, com vistas a 2018, posicionando-se
contra Eduardo Cunha, do que na sobrevivência do governo Dilma. E
abandonou Dilma à própria sorte.
Levantamento do
Instituto Paraná Pesquisas mostra que o prefeito do Recife, Geraldo
Júlio (PSB), seria reeleito, hoje. Na espontânea, ele tem 9,6%, João
Paulo (PT) 3,7% e Jarbas Vasconcelos (PMDB) 1,6%. Na estimulada, soma
28,3%, João Paulo 19,4% e Jarbas, 19,1%.
O clima foi de
euforia na Câmara, na abertura do impeachment. Deputados pulavam de
alegria, enquanto petistas ficavam cabisbaixos. O anúncio foi mais
prestigiado que a sessão do Congresso, ao lado.
A Caixa cancelou
contrato da agência Borghi Lowe, após um diretor ser condenado à prisão,
na Lava Jato, acusado de fraudar a licitação que declarou vencedoras
mais três agências – Artplan, Nova SB e Heads. A verba anual é de R$ 400
milhões. Só 25% do contrato foi cancelado.
José Carlos Bumlai
saiu da CPI do BNDES arrasado: os deputados de oposição chamaram atenção
para o fato de, a esta altura da vida, ele submeter a própria família a
tanta vergonha. Calou fundo.
O presidente da
Câmara aceitou o pedido de impeachment de Dilma exatos 22 anos depois da
prisão de Paulo Cesar Farias. Ele foi preso em 2 de dezembro de 1993,
na Tailândia.
O doleiro Alberto
Youssef, delator do petrolão, disse que Lula e Dilma sabiam da
existência do caso Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história
do País. E Lula não é considerado suspeito?
Quem cairá primeiro, Eduardo Cunha ou Dilma?
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