16/02/2016 13h05
Cientistas do CDC chegaram ao país; entrevistas e coletas vão durar 50 dias.
Colegas já apuram relação com Guillain-Barré; não há resultados publicados.
O vírus da zika (pontos pretos) em tecido humano numa imagem de microscópio eletrônico (Foto: Cynthia Goldsmith/CDC)
Segundo o ministério, os técnicos vão coletar informações com mulheres que tiveram filhos recentemente na região, com e sem microcefalia. A Paraíba é o segundo estado com o maior número de casos suspeitos da malformação – foram 54 confirmados, 275 descartados e 427 sob investigação até esta terça.
O objetivo do estudo, segundo a pasta, é estimar uma proporção de recém-nascidos com microcefalia relacionada ao vírus da zika, além do risco de infecção pelo micro-organismo. Além dos 17 membros do CDC, nove técnicos do ministério e membros do governo local devem colaborar com a investigação.
Os pesquisadores norte-americanos também devem se reunir com autoridades locais e coletar amostras de sangue para exames complementares. Além do vírus da zika, a equipe deve testar a presença de causadores da microcefalia, como o citomegalovírus e a toxoplasmose.
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Equipes do CDC atuam no Brasil para investigar o surto de doenças
relacionadas ao Aedes aegypti desde o ano passado. Atualmente, o centro
participa de um estudo na Bahia sobre a síndrome de Guillain-Barré, que
também teria relação com o contágio por zika, e colabora com a Fiocruz
em estudos laboratoriais de microcefalia em Pernambuco.O estudo a ser iniciado na Paraíba não tem previsão para a divulgação dos resultados. As investigações de campo sobre Guillain-Barré na Bahia já foram concluídas, mas ainda não havia resultados divulgados até esta terça.
‘Sem dúvidas’
Na quinta (11), o ministro Marcelo Castro afirmou que o governo brasileiro não tinha mais dúvidas sobre a relação do vírus da zika com a microcefalia. O que os pesquisadores investigam agora, segundo ele, é a existência de outros fatores "colaterais".
"Não há a menor dúvida de que o fator determinante da epidemia de microcefalia que temos no Brasil é a epidemia de zika. O que nós vamos investigar agora é se há outros fatores adicionais, outras influências. Nós não temos hipóteses, tudo ainda vai ser investigado", disse, ao anunciar uma parceria internacional para desenvolver uma vacina contra o vírus.
O governo também estuda parcerias com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) e com o laboratório GSK, envolvidos no desenvolvimento da vacina contra o ebola. Até esta terça, os acordos de cooperação não haviam sido anunciados oficialmente.
"O presidente Obama mandou um projeto ao Congresso pedindo US$ 1,8 bilhão para ações contra o vírus zika. Aqui, compreende-se desenvolvimento de pesquisas, vacinas, medicamentos e ações de controle de epidemiologias", diz Castro. Até esta terça, os governos do Brasil e dos Estados Unidos não haviam anunciado nenhuma quantia a ser repassada ao país.
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