terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Emissões e desmatamento em área agrícola do Cerrado são pouco conhecidas

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Região perdeu quase metade da cobertura original do solo/Foto: tvbrasil


Um levantamento realizado pelo Laboratório de Ecologia e de Ecossistemas da UnB (Universidade de Brasília) divulgou que as consequências do desmatamento na fronteira agrícola do Cerrado composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e pela Bahia são menos estudados em comparação com outras regiões do mesmo bioma.


O estudo considera aqueles artigos científicos que abordam o estoque e fluxo de carbono, de nitrogênio e fósforo, elementos químicos considerados essenciais no processo de incorporação do carbono pelas plantas. Em cerca de 105 estudos, apenas três se referem à região, o que leva os pesquisadores a concluírem que o conhecimento sobre os efeitos ainda são pouco conhecidos.


A atração pela região do Matopiba, como foi batizada a área do quatro estados, se deve ao baixo valor cobrados pelas terras. Os hectares são mais baratos que áreas conhecidas por atividades agropecuária intensa e ativa, como aquelas localizadas em Mato Grosso e Goiás.


A pesquisa aponta que os estados do Piauí, Bahia, Maranhão e Tocantins atingiram a marca de 65% de desmatamento do Cerrado, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. Os dados foram recolhidos entre 2009 e 2010 e o percentual equivale a 4.200 quilômetros quadrados, elevando o bioma ao status de um dos mais ameaçados do país.


Considerado o maior causador da emissão de dióxido de carbono no Brasil, o desmatamento contribui com a diminuição da camada de ozônio e influencia diretamente as mudanças climáticas. De acordo com os dados, a região perdeu cerca de 1 milhão de km², o equivalente a 48,5% da cobertura original do solo.


Em declaração concedida à Agência Brasil, a coordenadora-geral de Gestão e Ecossistemas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mercedes Bustamante, e que também atua como professora do Departamento de Ecologia da UnB, afirmou que a exploração da região Norte poderia ser diferente da que é realizada no Sul, porém, no momento, não existem incentivos positivos que evitem o desmatamento desenfreado, a exemplo da dedução de encargos ou o pagamento de serviços ambientais.

Ainda segundo Mercedes Bustamante, é preciso diálogo com o setor de agronegócio. "Se não trouxer o setor produtivo, como vamos racionalizar o uso das águas?", questiona.

A vegetação no Cerrado é essencial para manter o equilíbrio do índice pluviométrico. O desmatamento, além de sacrificar espécies ameaçadas de extinção e afetar a absorção de água e do carbono, pode afetar também as áreas não degradadas.

A pesquisa sobre o cerrado envolve pesquisadores de diversas instituições. Ao todo, são 15 especialistas oriundos da UnB, da UFG (Universidade Federal de Goiás) e da Universidade de New Hampishire (Estados Unidos). O estudo também conta com representantes do INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) para Mudanças Climáticas.

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