quinta-feira, 24 de março de 2016

Ibama diz que precisa estudar efeitos da lama em crustáceos e peixes

 24/03/2016 08h42


Pesca está proibida na Foz do Rio Doce por tempo indeterminado.
Torta capixaba ficou mais cara por falta de camarão no mercado.

Mário BonellaDa TV Gazeta
Pesca na Foz do Rio Doce está proibida (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Pesca na Foz do Rio Doce está proibida (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
 
Antes de liberar a pesca na Foz do Rio Doce novamente vai ser preciso realizar estudos para evitar que peixes e crustáceos contaminados sejam consumidos. É o que diz o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Espírito Santo, Guanadir Gonçalves.


"Essa contaminação dos peixes e dos crustáceos precisa ser estudada, precisa ter informação, para que não permitamos que a população consuma camarão com contaminação e lá na frente a gente pode ter uma problema de saúde pública", disse Guanadir.


Por uma decisão da Justiça Federal, a pesca está proibida por tempo indeterminado na Foz do Rio Doce. O Ibama fiscaliza a região, onde cinco embarcações já foram multadas.
Quase todo o camarão vendido em Vitória, na capital do estado, vem da região Norte. Contra a proibição, pescadores protestaram na frente da sede do Ibama.


“Nossos pescadores já estão começando a passar dificuldade. Tem gente ali que não tem nem uma botija de gás para comprar. Esse é o motivo do protesto", afirmou o pescador João Carlos Gomes.
Camarão está mais caro no Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Camarão está mais caro no Espírito Santo
(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
 
Camarão
Com a pesca proibida, a quantidade de camarão no mercado caiu e o preço subiu. Em uma peixaria da Grande Vitória, o quilo pulou R$22 foi para R$29.

"Não tem produção e como a procura é muito grande a gente tenta comprar. Tem concorrentes que também querem o produto, então a tendência é o preço subir mesmo, não tem como", afirmou o dono da peixaria.


Torta Capixaba
Durante a Semana Santa, o camarão é um dos principais ingredientes da tradicional torta capixaba. Com a queda na produção, restaurantes e famílias tentam encontrar alternativas.


As cozinheiras Luiza e Rosane vendem torta por encomenda. Em 2015, foram quase 300 tortas vendidas. Este ano, a receita só não ficou desfalcada do camarão, porque elas fizeram um estoque, compraram camarão antes de a lama chegar ao litoral.


“Agora com essa proibição do camarão, a gente não teria o produto. Não teria o camarão na torta capixaba", afirmou uma das vendedoras.
O camarão é um dos principais ingredientes da torta capixaba (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)O camarão é um dos principais ingredientes da torta capixaba (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

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