Laura Gelbert, da Rádio ONU –
Ganhos “dramáticos” na expectativa de vida foram feitos globalmente desde o ano 2000, segundo as “Estatísticas Mundiais da Saúde: monitorando a saúde para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Mas a Organização Mundial da Saúde, OMS, alerta que grandes desigualdades permanecem nos países.
Crescimento Rápido
A expectativa de vida subiu cinco anos entre 2000 e 2015, o crescimento mais rápido desde a década de 1960.
Estes ganhos revertem declínios ocorridos durante os anos 1990, quando a expectativa de vida caiu na África por conta da epidemia de Aids e na Europa Oriental, após o colapso da União Soviética.
O maior aumento ocorreu na região africana da OMS, onde a expectativa subiu 9,4 anos, para 60 anos, impulsionado principalmente por melhorias na sobrevivência de crianças, avanços no controle da malária e maior acesso a tratamento antiretroviral para o HIV.
Desigualdade
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, alertou, no entanto, que os ganhos foram desiguais. Para ela, “apoiar aos países a avançarem em direção à cobertura universal de saúde, baseada em uma atenção primária forte, é o melhor a ser feito para garantir que ninguém seja deixado para trás”.
A expectativa para quem nasceu em 2015 é de 71,4 anos, em média; 73,8 anos para mulheres e 69,1 para homens. No entanto, a perspectiva individual de uma criança depende de onde ela nasce.
O relatório mostra que recém-nascidos em 29 países, a maioria de renda alta, têm uma expectativa de 80 anos ou mais, enquanto em 22 nações, todas na África Subsaariana, a esperança é de menos de 60 anos.
Japão
Com uma média de vida de 86,8 anos, as mulheres no Japão são as mais longevas. Já a Suíça tem a média mais longa para homens, 81,3 anos.
Serra Leoa tem a expectativa de vida mais baixa do mundo para ambos os sexos: 50,8 anos para mulheres e 49,3 para homens.
Desenvolvimento Sustentável
A expectativa de vida saudável, uma medida do número de anos de boa saúde que um bebê nascido em 2015 pode esperar, ficou em 63,1 anos globalmente (64,6 anos para mulheres e 61,5 para homens).
As Estatísticas Mundiais da Saúde este ano reúnem informações relacionadas às metas de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O relatório destaca também a necessidade de preencher lacunas de dados “significativas”.
Desafio
Segundo a OMS, o documento ilustra a escala do desafio. Entre outros dados, o relatório informa que todos os anos 303 mil mulheres morrem devido a complicações na gravidez ou no parto e 5,9 milhões de crianças perdem a vida antes de completar cinco anos.
O documento afirma ainda que a cada ano mais de 10 milhões de pessoas morrem antes dos 70 anos por conta de doenças cardiovasculares e câncer, cerca de 1,25 perecem em acidentes de trânsito, 800 mil cometem suicídio e 475 mil são assassinadas, 80% destas são homens.
A OMS defende que para abordar estes desafios, é preciso combater os fatores de risco que contribuem para doenças.
Hoje em dia, em todo o mundo: 1,1 bilhão de pessoas utilizam tabaco, 156 milhões de crianças com menos de 5 anos sofrem de nanismo e 42 milhões de menores na mesma faixa etária estão acima do peso.
Cerca de 1,8 bilhão de pessoas bebem água contaminada e 946 defecam a céu aberto. (Rádio ONU/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site da Rádio ONU.
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