quinta-feira, 5 de maio de 2016

Ibram apreende 182 animais vítimas de tráfico até o início de abril no DF


05/05/2016 12h00 - Atualizado em 05/05/2016 12h00


Dos 182 animais, 179 são pássaros e três são répteis.
Caso mais recente é de jiboia achada em caixa nos Correios.

Do G1 DF
Jiboia vítima de tráfico que foi capturada em caixa por funcionários de tráfico (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)Jiboia vítima de tráfico que foi capturada em caixa por funcionários de tráfico (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)
 
 
O Instituto Brasília Ambiental apreendeu 182 animais silvestres vítimas de tráfico entre janeiro e a primeira quinzena de abril. Foram 179 aves e três répteis. O caso mais recente é de 30 de março, quando uma jiboia foi resgatada de uma caixa plástica enviada por meio dos Correios. Em todo o ano passado, o número de apreensões chegou a 588.


Na ocasião, servidores da entidade suspeitaram do objeto – que vinha do Rio de Janeiro – e decidiram passá-lo pela máquina de raio X. Os fiscais constataram a presença da cobra e a encaminharam ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, do Ibama. O órgão federal é parceiro da autarquia distrital na recuperação de animais vendidos ilegalmente.
Em 22 de março, um lagarto foi encontrado. O réptil sairia de Brasília com destino à capital carioca. Os contatos do remetente no Distrito Federal eram falsos, o que impossibilitou autuar o responsável pela correspondência. Além desses, são apurados os casos de uma iguana e de um caramujo apreendidos por serem transportados irregularmente. Entre outros exemplos, há vários papagaios reavidos em 2015 ainda estão no centro de triagem, que fica no km 6 da BR-070, sentido Ceilândia.


De acordo com o Ibram, apesar de ser um grande centro urbano, Brasília funciona como rota de venda de animais silvestres provenientes de captura e de comércio ilegais. A localização geográfica favorece esse tipo de crime pelo fato de a cidade ser cortada por várias rodovias federais, afirma o órgão.
Aves vítimas de tráfico que foram resgatadas em Brasília (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)Aves vítimas de tráfico que foram resgatadas em Brasília (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)
Espécies mais visadas
Segundo o gerente de Fiscalização e Fauna do Ibram, Marcos Ozeki, aves exóticas e aquelas consideradas de competição (por causa do canto) estão entre as mais procuradas pelos traficantes. "Algumas espécies podem valer até R$ 100 mil no mercado negro." Quanto aos répteis, os preferidos são as iguanas, que chegam a custar R$ 5 mil.

O Decreto Federal nº 6.514, de 22 de julho de 2008, estabelece penalidades como advertência, apreensão dos animais, multa e suspensão das atividades (no caso de criadores licenciados). As autuações podem ser de R$ 500 a R$ 5 mil, por animal. Caso ele seja encontrado em condições físicas de mutilação, de maus tratos ou ferido, ainda há multa que varia de R$ 500 a R$ 3 mil, também por exemplar.

"Essas infrações envolvem o transporte, o comércio ilegal e situações de maus tratos, pois os animais são acondicionados em caixas pequenas, com baixa circulação de ar e sem disponibilidade de alimento e água", explica Ozeki.

Destino das apreensões
O Ibama recebe bichos apreendidos em fiscalizações de tráfico e outros vindos de resgates ou de entrega voluntária de particulares. Depois, identifica, marca, separa, avalia, recupera, reabilita e dá a correta destinação aos animais silvestres. Aqueles que precisam de cuidados médicos, por exemplo, vão para o Hospital Veterinário da Universidade de Brasília.

Cerca de 350 animais, entre pássaros, primatas, roedores e répteis, estão abrigados no centro. De acordo com o coordenador, Roberval Pontes, 60% são devolvidos à natureza. Quando não é possível soltá-los – por estarem completamente adaptados ao cativeiro, mutilados ou precisando de cuidados permanentes –, há alternativas como encaminhá-los para algum zoológico ou mantenedor devidamente cadastrado no Ibama.

Outro parceiro do centro de triagem é o Batalhão de Polícia Militar Ambiental, que recupera espécies aprisionadas encontradas em cativeiro. No ano passado, 643 foram retiradas desses locais. Neste, até a primeira quinzena de abril, já somam 246.

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