A cena é frequente: as crianças estão jogando ou assistindo algo em seus telefones celulares, ou estão concentradas em seu programa favorito de TV, quando os pais fazem uma pergunta ou pedem que façam uma tarefa.
Geralmente a "interrupção" não é bem-vinda, e parece cada vez mais difícil de ser resolvida, à medida em que há cada vez menos diálogo entre pais e filhos, conforme as crianças começam a usar aparelhos eletrônicos, como televisão, videogames ou celulares a partir dos 5 anos de idade - e às vezes menos do que isso.
Monitoramento eletrônico
Ao contrário de pesquisas anteriores, que se baseavam em relatos de pais rastreando o uso de mídia dos filhos, Sarah Domoff e Nicholas Waters, da Universidade de Michigan (EUA) utilizaram equipamentos avançados para gravar o ambiente na casa de 44 famílias com crianças na pré-escola e verificar como elas interagiram com seus pais.
Foram quase 10 horas diárias de gravação de áudio de cada casa dos voluntários. As gravações documentaram o formato da mídia utilizada, a duração e a comunicação entre os pais e a criança.
A gravação indica o momento em que o dispositivo eletrônico começava a ser utilizado, o que permitiu aos pesquisadores codificarem o uso desses meios de comunicação e transcreverem as conversas relacionadas a eles em casa. Os pesquisadores também examinaram as diferenças demográficas no uso da mídia e a comunicação mãe-filho sobre o tópico.
Educação e mídias
As crianças cujas mães tinham graus mais elevados de educação muitas vezes assistiram programas educativos. Além disso, essas mães demonstraram maior probabilidade de discutir sobre a mídia com seus filhos.
Os filhos de mães com pós-graduação, por exemplo, tiveram menos exposição à mídia eletrônica do que filhos de mães com graus de curso universitário ou ensino médio.
"O mais importante, filhos de mães com menor nível de educação, ou seja, sem curso universitário, foram expostos à mídia sem qualquer diálogo relacionado ao conteúdo da mídia na maioria das vezes," disse Sarah Domoff.
Este diálogo é importante, explica ela, porque a "mediação ativa" dos pais sobre a televisão e outros tipos de meios de comunicação pode atenuar os riscos associados à exposição a conteúdos impróprios veiculados pela mídia.
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