terça-feira, 19 de julho de 2016

Marinha restringe navegação em trechos do Rio Madeira entre AM e RO

19/07/2016 16h23 - Atualizado em 19/07/2016 17h24


Inspetores navais identificaram pontos cuja profundidade chega a 2,70m.


Medida ocorre em razão da seca do Rio Madeira.

Do G1 AM
Dragagem do Rio Madeira é antiga reivindicação de empresas de navegação (Foto: Divulgação)Rio Madeira apresenta profundidade abaixo de 4 metros entre Distrito de Calama e Porto Velho (Foto: Divulgação/Marinha)
 
 
A Marinha do Brasil restringiu a navegação em alguns trechos do Rio Madeira situados entre o Amazonas e o estado de Rondônia em razão da seca. O órgão informou que a vazante pode resultar em período crítico na navegação entre os dias 26 de julho a 1º de agosto.



O alerta ocorreu após inspetores navais da Delegacia Fluvial de Porto Velho identificarem pontos críticos que prejudicariam a navegabilidade, especificamente nas proximidades de Humaitá, a 671 km de Manaus.


A navegação noturna para comboios de embarcações está suspensa no trecho do Rio Madeira, entre a cidade de Porto Velho (RO) e o distrito de Calama (RO) desde o dia 13 de julho. Entre as cidades, calcula-se que a profundidade do rio seja inferior a 4 metros. No trecho entre Humaitá e Porto Velho, as embarcações devem ter cuidado nos decursos correspondentes às travessias do tamanduá, dos papagaios e de curicacas.


Na travessia dos papagaios, por exemplo, a equipe registrou profundidade atual de cerca de 3,6 metros. Em curicacas, a profundidade local chega a marca de 3,8 metros. A travessia do tamanduá apresentou profundidade mais rasa, com cerca de 2,7 metros. Diversos bancos de areia foram encontrados nesses trechos, o que pode resultar em acidentes.


Com base nas informações, a Marinha emitiu um ofício destinado a empresas de navegação que suspende a navegação noturna de comboios entre Porto Velho e o distrito de Calama (RO), além de recomendar atenção redobrada para os navegantes, inclusive no período diurno.


O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) recomendou atenção redobrada às organizações do setor de transporte aquaviário. Em nota, o presidente da base, Galdino Alencar Júnior, pontuou que se houvesse dragagem periódica, as condições de navegabilidade não seriam prejudicadas.


Dragagem
A dragagem do Rio Madeira, no trecho entre o Amazonas e Rondônia está prevista para setembro, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Segundo o departamento, o processo licitatório iniciado no primeiro semestre deste ano, no valor R$ 81.825.643,70, ainda está sendo finalizado.


O trecho a ser desobstruído vai da capital de Rondônia até o município de Itacoatiara (AM) e tem valor estipulado em 1.086 km de extensão. Os serviços serão realizados com maior periodicidade durante 60 meses.


O Rio Madeira é um dos principais corredores logísticos do país e integra o Arco Norte. Pela Hidrovia do Madeira ocorre o escoamento da produção agrícola, principalmente soja e milho de Mato Grosso e Rondônia, e insumos como combustíveis e fertilizantes, com destino a Porto Velho e Manaus.


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