- terça-feira, 09 agosto 2016 17:59
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O pior, a jornada está sendo cumprida de segunda a segunda, sem descanso. A vida dos botos em Manaus durante a Olimpíada não em sido fácil e preocupa o Núcleo de Fauna do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Manaus sedia seis jogos de futebol da Olimpíada, entre os dias 3 e 9 de agosto, o que significa chegada de turistas, delegações e atletas estrangeiros, muitos interessados por um contato mais íntimo com a Amazônia. Interagir com botos, a partir de flutuantes, é um dos programas preferidos de quem passa por Manaus, mas a atividade não é regulamentada.
Os debates para se criarem regras são travados há anos no Conselho Estadual do Meio Ambiente do Amazonas, sem que ainda tenha se chegado a uma conclusão. O Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (LMA-Inpa) e a Associação dos Amigos do Peixe-Boi-da-Amazônia (Ampa) elaboraram uma proposta de Instrução Normativa para disciplinar a atividade, mas ainda aguarda a aprovação do conselho.
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existem 11 flutuantes entre Manaus e Novo Airão, na Calha do Rio Negro,
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A distância é necessária para evitar que, quando um flutuante estiver fechado, os botos busquem outro local onde recebam alimento dos turistas.
Sônia Canto, analista ambiental do Ipaam, afirma que, como qualquer mortal, os botos têm direito a descanso.
“Recebemos a denúncia de que não estão cumprindo essas recomendações”, afirma Sônia Canto. De acordo com ela, já existem 11 flutuantes entre Manaus e Novo Airão, na Calha do Rio Negro, em geral negócios familiares que exploram o turismo de interação com botos. “Que eles respeitem o descanso, a quantidade de alimento. Já pensou que toda hora chega turistas, aí passa a ser molestação do animal, passa a ser crime”.
No período de jogos de futebol em Manaus, uma equipe do Ipaam, acompanhada pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar e Ibama, fez visitas a flutuantes para verificar as denúncias.
Distribuíram multas e verificaram outra irregularidade, que já haviam visto em posts de turistas, e até atletas, em redes sociais: crianças oferecendo animais silvestres para fotos e interação. “Não pegamos em flagrante, mas observamos quando estávamos chegando, por exemplo, uma criança se escondendo com um macaquinho”, conta Sônia Canto. Ela conta também que alguns turistas confirmaram que ali havia crianças com bichos, que fugiram com a chegada da fiscalização.
Donos de flutuante argumentam que não são responsáveis pelas ações das crianças, mas estão no mínimo permitindo a irregularidade. E, claro, não gostam das ações dos órgãos ambientais. O Ipaam tem tentado agir em outra frente, orientar turistas. Panfletos são distribuídos no Aeroporto Internacional e locais por onde passam muitos turistas, mas o apelo de contato direto com a fauna é muito atrativo e tem gerado renda para muita gente nos arredores de Manaus.
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