sábado, 29 de outubro de 2016
O setor agropecuário é responsável por 69% das emissões de gases do
efeito estufa no Brasil, segundo balanço divulgado pelo Observatório do
Clima – rede que reúne 40 organizações da sociedade civil. Estão
incluídos nesse percentual os poluentes decorrentes do processo
digestivo dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento para
abertura de novas áreas para a atividade econômica.
O setor de transportes é o segundo maior emissor de gases, com 11% do
total. Em seguida vem a indústria (em especial a metalurgia), com 9% e a
produção de energia, incluídos a geração de energia e fabricação de
combustíveis, com 7%.
Em 2015, as emissões brutas do país chegaram a 1,927 bilhão de toneladas
de CO2, 3,5% mais do que o 1,861 bilhão de toneladas registrado em
2014. Os números são do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de
Efeito Estufa (Seeg) do Observatório do Clima.
Mudança de perfil
Nós últimos anos, o Brasil tem apresentado uma mudança no perfil das
emissões. Apesar das mudanças do uso da terra terem crescido 11,3% em
2015, sendo o fator principal da elevação das emissões, ao longo dos
últimos dez anos as relações com o solo têm perdido importância como
fonte de poluentes. O lançamento de poluentes decorrentes do
desmatamento, em especial para abrir terreno para pasto e plantações,
caiu 69% entre 2005 e 2015. No mesmo período, os gases gerados pelo uso
de energia cresceram 44%.
“O Brasil tem um padrão de crescimento das emissões muito parecido com
outros países em desenvolvimento”, ressaltou o coordenador do Seeg,
Tasso Azevedo. Para comparação, ele mencionou que no mesmo intervalo as
emissões mundiais de gases estufa cresceram 15%. Ou seja, fora a redução
do desmatamento, que segundo Azevedo aconteceu principalmente entre
2005 e 2010, o lançamento de poluentes no Brasil tem crescido.
Na análise por atividade econômica, 82% das emissões do ano 2000 estavam
relacionadas à agropecuária, percentual que ficou em 69% neste ano. No
mesmo período, os poluentes ligados aos transportes passaram de 6% para
11%.
Em relação às atividades agrícolas e criação de gado, que totalizaram
1,3 bilhão de toneladas de CO2 em 2015, 33% das emissões estão
concentradas o Centro-Oeste. Em seguida, vem o Sul, com 20 % do
laçamento de poluentes do setor e o Sudeste, com 19%. O estado com maior
percentual de poluição desse tipo é o Mato Grosso (12%), seguido por
Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (11%).
Fonte: EcoDebate
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