Brasília,
5 de outubro de 2016 - O aumento do desmatamento na Amazônia, divulgado
na semana passada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), acende um sinal amarelo na sociedade: a meta climática assumida
pelo país, para cortar emissões de gases estufa, está em risco.
“O
Brasil assumiu um compromisso internacional na Conferência do Clima, no
ano passado, mas os números atuais indicam que estamos indo na direção
contrária do que é necessário para cumprir o acordo”, afirma o
diretor-executivo do IPAM, André Guimarães. Os dados estão em discussão
hoje, em Brasília, em um evento promovido pelo Ministério de Meio
Ambiente.
O
desmatamento na Amazônia é o maior dos últimos quatro anos. De agosto
de 2014 a julho de 2015, a taxa de corte raso foi de 6.207 quilômetros
quadrados, o que representa um aumento de 24% em relação ao período
anterior.
A
mudança no uso da terra ainda é a principal causa da emissão dos gases
estufa no Brasil. Com o desmatamento da floresta amazônica, o país
coloca em xeque a ratificação do Acordo de Paris, que deve entrar em
vigor em 30 dias.
Para
mudar esse cenário, uma série de medidas é necessária. É preciso
investir em fiscalização, principalmente das áreas não designadas, e
monitoramento da aplicação de políticas públicas que incentivem a
conservação.
Além disso, é preciso abraçar a discussão sobre o fim do desmatamento, tanto o legal quanto o ilegal. Um
artigo científico recém-publicado por pesquisadores do IPAM e da
Universidade Federal do Pará indica que há seis grandes obstáculos para
que o desmatamento zero seja alcançado, e para cada um deles uma
estratégia diferente precisa ser colocada em prática.
"O
fim do desmatamento na Amazônia é urgente se quisermos ter um clima
mais equilibrado e benéfico para a região, para a agricultura e para o
país. Para chegar lá, será preciso ir além do comando e controle”,
explica o pesquisador sênior do IPAM, Paulo Moutinho. “A conservação da
floresta amazônica terá de ser compensada financeiramente. E o caminho
mais promissor é o mecanismo de REDD+, atualmente em discussão no âmbito
da Convenção de Mudança Climática da ONU."
O
IPAM propõe um sistema simples de distribuição de benefícios de REDD+
(Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), chamado
de “estoque-fluxo". Por este sistema, os Estados que reduzirem as
emissões por desmatamento e mantiverem as florestas conservadas seriam
beneficiados.
“Nós
temos competência, capacidade e determinação para que o desmatamento da
Amazônia seja controlado e o Brasil seja um manancial de boas práticas
na gestão de florestas”, diz Guimarães. “Ao unirmos todas essas
características, o país pode ajudar o mundo no controle das mudanças
climáticas.”
Mais informações para a imprensa:
Cristina Amorim – (61) 99127-6994, cristina.amorim@ipam.org.br
Karinna Matozinhos – (35) 99989-6666
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Karinna Matozinhos – (35) 99989-6666
O
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) é uma organização
científica, não governamental e sem fins lucrativos que há 21 anos
trabalha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia, de modo a gerar
prosperidade econômica, justiça social e a conservação da integridade
funcional dos ecossistemas da região.
Conheça mais em ipam.org.br.
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