segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Usina com capacidade para abastecer uma cidade de até 80 mil habitantes recebeu investimento de R$ 30 milhões
Na semana do ambiente, o Rio Grande do Sul ganha um projeto que alia
redução da emissão de gases causadores de efeito estufa e geração de
energia em momento de crise elétrica no país. A primeira térmica a
partir de gás gerado em aterro sanitário no Estado terá obras
simbolicamente entregues em cerimônia, nesta terça-feira, em Minas do
Leão, a 90 quilômetros da Capital.
Construída com investimento de R$ 30 milhões, a Biotérmica Energia terá
capacidade para produzir até 15 megawatts (MW), suficiente para
abastecer uma cidade de cerca de 80 mil habitantes. O combustível que
moverá a usina é o metano existente no biogás captado no aterro do
município, que recebe diariamente 3,5 mil toneladas de lixo urbano de
Porto Alegre e outras 130 cidades.
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O aterro é controlado pela Companhia Riograndense de Valorização de
Resíduos (CRVR), cujo capital pertence 70% ao grupo Solví e 30% à
mineradora Copelmi. As duas empresas, na mesma proporção, também são
donas da Biotérmica Energia. Em breve, outros municípios do Estado
poderão ter iniciativas com o mesmo conceito.
– Já temos duas licenças prévias da Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (Fepam) para Santa Maria e São Leopoldo e futuramente também
em Pelotas e Giruá – diz o diretor-presidente da CRVR, Mauro Renan
Pereira Costa, lembrando que as usinas nos dois municípios serão
menores, de 1,5 MW, e podem operar em 2016.
O projeto de Minas do Leão se diferencia em outro aspecto. O aterro foi
um dos primeiros no país a obter créditos de carbono com a queima do
metano no sistema de chama conhecido como flare (tocha que fica
constantemente acesa nas chaminés de petrolíferas), liberando CO2 – 23
vezes menos poluente que o metano. Segundo Costa, agora passou a ser a
primeira térmica no mundo a também ganhar créditos de carbono
originalmente com a queima de metano em flare.
Apesar de as obras estarem prontas, a usina ainda precisa passar por um
teste de emissões da Fepam para receber a licença de operação e, depois,
a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para dar a
partida na geração comercial, o que deve ocorrer em 15 dias, prevê
Costa. Inicialmente, a produção será de 8,5 MW, sendo que 6,5 MW foram
comercializados em leilão. O restante será vendido no mercado livre.
O projeto
Capacidade total: 15 MW, suficiente para abastecer uma de cidade de cerca de 80 mil habitantes
Investimento: R$ 30 milhões
Benefício: cerca de 170 mil toneladas de CO2 a menos lançadas no ambiente
3,5 mil toneladas é a quantidade de lixo urbano já recebido diariamente no aterro de Minas do Leão.
Fonte: Zero Hora
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