A Área de Proteção Ambiental (APA) do
Marajó é uma Unidade de Uso Sustentável, criada a partir do Art. 13, §
2º, da Constituição do Estado do Pará de 1989. É considerada a maior
Unidade de Conservação na costa norte do Brasil, com 5.904.322 ha.
Pertence ao Arquipélago do Marajó, situado no litoral amazônico,
constituído por ilhas que formam o Estuário da Baía do Marajó. É banhado
pelas águas salgadas do Oceano Atlântico ao norte e pelas águas
fluviais da foz do Rio Pará e Tocantins ao sul, formando um complexo
fluviomarinho.
A APA Marajó abrange os municípios de
Afuá, Anajás, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná,
Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa
Vista e Soure.
No interior do arquipélago estão
inseridas outras Unidades de Conservação de uso sustentável: a Reserva
Extrativista Mapuá, no município de Breves; a Reserva Extrativista
Marinha de Soure, no município de Soure; a Reserva Extrativista Terra
Grande-Pacuúba, nos municípios de Curralinho e São Sebastião da Boa
Vista. Além de uma unidade de proteção integral, o Parque Estadual
Charapucu, em Afuá.
A APA Marajó representa uma das regiões
mais ricas do país em recursos hídricos e biológicos. A dinâmica das
correntes de marés e fluviais, juntamente com outros fatores bióticos e
abióticos colabora para a ocorrência de espécies altamente adaptadas a
região.
A vegetação do Arquipélago do Marajó tem
influência direta da hidrografia, constituído por: Floresta ombrófila
densa (aluvial e terras baixas); área de formação pioneira (várzea,
campos salinos, manguezal e restinga); savana ou campo; área de tensão
ecológica (savana/floresta ombrófila). Possui espécies representantes
típicos da Amazônia como a piquiarana (Caryocar glabrum), cedro (Cedrela odorata), tauarí (Couratari multiflora), jatobá (Hymenaea courbaril), maçaranduba (Manilkara huberi), castanheira (Bertholletia excelsa), ucuúba (Virola surinamensis), açaí (Euterpe oleraceae), buriti (Mauritia flexuosa),
entre outras. A paisagem e a rotina de vida das populações marajoaras
são alteradas durante o período chuvoso, quando as várzeas e campos
baixos do Marajó são inundados por 3 a 4 meses.
A fauna marajoara destaca-se por abrigar
espécies marinhas e de água doce, apresentando grande diversidade de
animais terrestres e aquáticos. Destaca-se a coexistência de duas
espécies de peixe-boi, o marinho (Trichechus manatus) e o amazônico (Trichechus inunguis),
fenômeno que ocorre em poucos lugares do mundo. Sendo que as duas estão
na lista de espécies ameaçadas de extinção. Ressalta-se também a
presença de espécies exóticas, como o búfalo, que se tornou símbolo da
ilha.
O Arquipélago do Marajó apresenta
diversos atrativos turísticos, como os campos com vegetação nativa, as
florestas ombrófilas com frutas típicas, grande diversidade de espécies
de fauna. Além dos sítios arqueológicos já encontrados, que representam
elevada importância histórica, cultural e científica.
Dentre os objetivos da UC estão proteger
a diversidade biológica, desenvolver e melhorar a qualidade de vida da
população marajoara, organizar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
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