A descoberta dá aos cientistas para uma alternativa à produção de combustíveis limpos.
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, está
disposto a comprovar a eficiência das algas para a produção de
hidrogênio usado como combustível. Liderados pelo Dr. Iftach Yacoby,
eles já conseguiram deixar o desempenho das algas cinco vezes melhor do
que o normal.
O grande destaque para este estudo não está no simples fato de melhorar a
eficiência, mas, sim, em chamar o olhar dos cientistas para uma
alternativa à produção de combustíveis limpos. As algas não costumam ser
muito valorizadas neste sentido, pois existe uma teoria de que elas
produzem hidrogênio em quantidade muito pequena e apenas durante alguns
minutos no amanhecer. Mas, esta tese é refutada e comprovadamente
contrária ao que a equipe de Yacoby descobriu.
Os israelenses conseguiram usar a engenharia genética para fazer com que
as algas produzam hidrogênio durante todo o dia e em ritmo acelerado. A
descoberta pode significar que no futuro, através de métodos agrícolas
convencionais, seja possível produzir algas em grande escala e usá-las
como importante fonte de abastecimento, em substituição aos combustíveis
tradicionais, em sua maioria fósseis.
Usar o hidrogênio para a produção energética é uma opção com diversos
benefícios ambientais. Além de todo o processo de produção ser muito
menos impactante do que o petróleo ou o carvão, por exemplo, ele não
libera poluentes na atmosfera. O único resíduo do processo é água limpa.
Segundo o Dr. Yacoby, a eficiência do hidrogênio é tão grande, que com
apenas cinco quilos do gás é possível fazer um carro rodar por mais de
500 quilômetros.
O processo
Em entrevista ao jornal Jerusalem Post, o cientista explicou todo o
processo: “O hidrogênio é produzido por algas com a ajuda de uma enzima
chamada hidrogenase, que se decompõe na presença de oxigênio”, disse.
Por isso, durante à noite, quando não ocorre a produção de oxigênio, a
célula cria grande quantidade de hidrogenasa. Até agora, os
pesquisadores acreditavam que logo que o sol nascia, a exposição fazia
as algas produzirem hidrogênio e oxigênio, paralisando essa hidrogenase
e, consequentemente o hidrogênio também.
O que a equipe descobriu é que, mesmo quando as algas estão produzindo
oxigênio, elas também liberam uma quantidade menor de hidrogênio.
“Depois nós encontramos nas algas três mecanismos eficazes, que
trabalham incansavelmente para remover o oxigênio da célula, permitindo a
hidrogenase, para produzir hidrogênio continuamente durante todo o
dia”, esclareceu o líder do estudo.
Na fase seguinte é onde entra a engenharia genética, em um processo que
intervém a fotossíntese nas micro-algas. O objetivo era fazer com que a
célula produzisse uma quantidade maior de hidrogenase às custas de
outros processos, como a produção de açúcar, que aumente também a
produção de hidrogênio. Assim, eles foram capazes de melhorar em 400% o
processo natural.
Fonte: Ciclo Vivo
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