segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Coalizão mundial para prevenir pandemias é criada em Davos


Ela pretende angariar US$ 1 bi para pesquisas sobre vírus letais, incluindo o da zika

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Congo foi um dos países mais atingidos pelo vírus ebola - AFP

DAVOS, Suíça — Governos e fundações ao redor do mundo anunciaram na reunião do Fórum Econômico Mundial que acontece esta semana em Davos, Suíça, doações de US$ 460 milhões para combater doenças emergentes e prevenir pandemias.
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Sob a égide da recém-lançada Coalizão para Inovações nos Preparativos Epidêmicos (Cepi, na sigla em inglês), eles pretendem arrecadar US$ 1 bilhão em cinco anos para financiar pesquisas de vacinas contra os vírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), da febre hemorrágica de Lassa e Nipah, mal que ataca o sistema respiratório e o cérebro, além de angariar apoio para estudos de imunizantes contra linhagens do ebola, febre de Marburg e o zika, todos com grande potencial de matar ou de deixar sequelas em suas vítimas.




— Ebola e zika mostraram como o mundo está tragicamente despreparado para detectar surtos locais e responder rápido o bastante para prevenir que eles se tornem pandemias — afirmou Bill Gates, cuja Fundação Bill & Melinda Gates se comprometeu a injetar US$ 100 milhões na iniciativa nestes cinco anos. — Sem investimentos em pesquisa, continuaremos desprotegidos quando encararmos a próxima ameaça. A capacidade de desenvolver e fornecer rapidamente vacinas quando a próxima doença emergir é nossa maior esperança para superar as epidemias, salvar vidas e evitar suas desastrosas consequências econômicas.




DESENVOLVIMENTO DE MAIS VACINAS
A criação da Cepi é uma resposta direta às recomendações de quatro estudos independentes sobre a mais recente epidemia de ebola no Oeste da África, que entre 2014 e 2016 atingiu mais de 28 mil pessoas, das quais cerca de 11 mil morreram. Segundo a avaliação dos especialistas, o surto evidenciou a necessidade de um novo sistema para estimular o desenvolvimento de vacinas contra potenciais ameaças epidêmicas.




— As epidemias são uma ameaça ao futuro. Elas podem arruinar sociedades em escala só atingida por guerras e desastres naturais. Elas não respeitam fronteiras e não se importam se somos ricos ou pobres. Proteger os vulneráveis é proteger a nós mesmos. É por isso que precisamos trabalhar juntos para estarmos melhor preparados.




E também porque meu governo está comprometido em assegurar que a Cepi cumpra sua missão — resumiu Erna Solberg, primeira-ministra da Noruega, país que vai dar à iniciativa 1 bilhão de coroas norueguesas (atualmente cerca de US$ 120 milhões) nos próximos cinco anos.


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