segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Brasileiro “consome” em média 5 kg de agrotóxicos por ano, alerta endocrinologista
Endocrinologista e nutrólogo aponta formas diretas e indiretas de ingestão de substâncias tóxicas.
Campeão mundial do uso de agrotóxicos, o Brasil vai na contramão do
mundo, que reduz progressivamente o uso de substâncias tóxicas nos
alimentos e no meio ambiente. O alerta foi feito pelo endocrinologista e
nutrólogo Leonardo Higashi em palestra na Vila Verde Catuaí, feira de
produtos naturais e orgânicos realizada em Londrina, no Paraná.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou um alerta em que mostra
os riscos a que os brasileiros estão expostos. Em média, cada cidadão
“consome” 5,2 kg de agrotóxicos por ano, veja aqui.
Existem inúmeras substâncias nocivas à saúde no meio ambiente, como os
agrotóxicos, produtos de plásticos, conservantes, solventes industriais,
metais pesados, produtos de combustão e outros. A contaminação se dá de
inúmeras formas, segundo o especialista londrinense. Tanto pela
ingestão de produtos presentes nos alimentos, na água, no ar que
respiramos, e pela pele ou mesmo pelo uso diário de produtos com poder
de toxidade, e que utilizamos sem nos dar conta.
“São, por exemplo, os recipientes plásticos em que resfriamos e
aquecemos a comida, repletos de BPA (Bisfenol A) e ftalatos, que se
desprendem e contaminam o alimento. A recomendação é substituir esse
tipo de utensílio por vidro”. O médico explica: “Os elementos tóxicos
ligam-se a receptores hormonais em nosso corpo, modificando o
metabolismo e desencadeando doenças para as quais estamos predispostos”.
“Podemos dizer que cada organismo tem naturalmente predisposição
genética para algumas patologias. As toxinas ‘jogam lenha na fogueira’,
compara o médico. São pesticidas, herbicidas, fungicidas, solventes
industriais e uma enormidade de substâncias presentes no dia a dia das
pessoas. Câncer, obesidade, doenças cardiovasculares, autoimunes,
infertilidade, diabetes e tantas patologias são desencadeadas pelo uso
constante de elementos tóxicos, alertou.
Nem sempre é possível ter consciência do risco presente em nossa rotina,
como usar excessivamente desodorantes com alumínio ou repelentes,
cremes com parabenos, amálgama nos tratamentos odontológicos, cosméticos
e tantas outras substâncias. “Em geral as pessoas sabem que não é
saudável ingerir alimentos enlatados, por exemplo. Mas desconhecem os
perigos que estão também em outros itens do seu dia a dia”.
Até mesmo o arroz, base da dieta da maioria dos brasileiros, pode
implicar riscos. Higashi afirmou que pesquisas mostram a presença de
arsênio nesse alimento, um metal pesado que não é eliminado no processo
de preparo”.
O médico ainda alertou para a exposição a que os bebês estão sujeitos
ainda na barriga da mãe. “Vemos crianças nascendo com uma programação de
risco por conta da contaminação das mães, transferida a elas durante a
gestação. As mulheres que planejam engravidar devem adotar práticas
saudáveis com antecedência para resguardarem a saúde dos filhos”,
indicou.
O que se recomenda, disse o especialista, é o uso racional dos alimentos
porque as substâncias tóxicas são nocivas com a exposição crônica, o
uso cumulativo. É importante a adoção de hábitos que ‘trabalhem’ a favor
do organismo, como ingestão de alimentos orgânicos, especialmente
crucíferas (couve-flor, espinafre, brócolis, nabo, rúcula, agrião e
outros), alho, chá verde, além da prática de exercícios regulares. “São
alternativas para a redução dos impactos das toxinas no organismo”.
A Vila Verde Catuaí é realizada toda quarta-feira no estacionamento do
Shopping, das 17h às 22h, em frente à entrada principal do Catuaí
Londrina.
Fonte: Ciclo Vivo
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