Consumo excessivo de carne está devastando o planeta, diz relatório
O contínuo e
crescente consumo de carne vêm causando impacto devastador no meio
ambiente, alerta novo relatório da ONG WWF. Os danos são resultado da
plantação para alimentar os animais, aponta o documento. A vasta escala
de crescimento na colheita de produtos como soja para alimentar frangos,
porcos e outros animais causa uma forte pressão em cima dos recursos
naturais, levando a perda em grande escala de terra e espécies, de
acordo com o estudo.
A agricultura
intensa e industrial também resulta em comida menos nutritiva, revela o
documento, destacando que seis frangos criados hoje para consumo humano
têm o mesmo percentual de ômega 3 encontrado em apenas um na década de
1970.
O estudo
"Apetite por destruição", divulgado nesta quinta-feira, em uma
conferência em Londres, alerta para a grande quantidade de terra
necessária para o cultivo usado para alimentar animais e cita algumas
das áreas mais vulneráveis, como Amazônia, a bacia do Congo e os
Himalaias.
A produção de
soja atual está em tão alta escala que a média europeia de consumo é de
cerca de 61kg por dia, consumidos indiretamente graças a ingestão da
carne de animais como de frango, salmão e produtos como queijo, leite e
ovos. Se a demanda por carne aumentar como o esperado, o documento diz, a
produção de soja cresceria, até 2050, algo perto de 80%.
"O mundo está
consumindo mais proteína animal do que precisa e isso está causando um
efeito devastador na vida selvagem", disse Duncan Williamson, gerente de
políticas alimentares da WWF.
"Um assombroso
índice de 60% de perda da diversidade global é graças a comida que
comemos. Sabemos que muitas pessoas estão conscientes que uma dieta
baseada em carne tem um impacto em água e terra, assim como causando
aumento da emissão de gases de efeito estufa, mas poucos sabem que a
maior questão vem da plantação baseada na alimentação desses animais",
acrescentou ele.
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