quarta-feira, 28 de março de 2018

Corpo em um chip substitui cobaias em testes de medicamentos



O biochip contém células de até 10 órgãos diferentes: fígado, pulmão, intestino, endométrio, cérebro, coração, pâncreas, rim, pele e músculo-esquelético.
[Imagem: Felice Frankel]
Corpo dentro de um chip
Engenheiros do MIT desenvolveram uma nova tecnologia que poderá ser usada para avaliar novos candidatos a medicamentos e detectar possíveis efeitos colaterais antes que esses fármacos sejam testados em humanos.
Usando um biochip microfluídico aberto, eles conectaram tecidos cultivados em laboratório de 10 órgãos do corpo, criando uma imitação das interações dos órgãos humanos por semanas, permitindo medir os efeitos das drogas em diferentes partes do corpo.
A expectativa é que sistemas desse tipo, quando totalmente desenvolvidos, revelem, por exemplo, se um medicamento que se destina a tratar um órgão terá efeitos adversos em outro.
"Os animais não representam as pessoas em todas as facetas que você precisa para desenvolver drogas e entender a doença. Isso está se tornando cada vez mais evidente à medida que olhamos para todos os tipos de drogas.
"Alguns desses efeitos são realmente difíceis de prever a partir de modelos animais porque as situações que levam a eles são idiossincráticas. Com o nosso chip, você pode distribuir um medicamento e depois procurar os efeitos em outros tecidos e medir a exposição e como ele é metabolizado," disse a professora Linda Griffith.
Além disso, esses biochips também poderão ser usados para testar medicamentos contra anticorpos e outras imunoterapias, que são difíceis de testar completamente em animais porque são projetados para interagir com o sistema imunológico humano.
Outra grande promessa dos biochips são os exames direto no consultório.
[Imagem: Joseph Xu/Umich]
10 órgãos em um chip
A maior parte dos biochips envolve sistemas microfluídicos fechados, que permitem alimentar as células e injetar os medicamentos, mas não oferecem uma maneira fácil de manipular o que está acontecendo dentro do chip.
A equipe então decidiu criar um sistema aberto, que essencialmente remove a tampa e facilita a manipulação do sistema e a retirada de amostras para análise.
O chip também incorpora várias bombas que permitem controlar o fluxo de líquido entre os "órgãos", simulando a circulação do sangue, das células imunes e das proteínas através do corpo humano.
Os pesquisadores criaram várias versões do chip, ligando até 10 órgãos: fígado, pulmão, intestino, endométrio, cérebro, coração, pâncreas, rim, pele e músculo-esquelético. Cada "órgão" consiste de aglomerados de 1 milhão a 2 milhões de células. Esses tecidos não replicam todo o órgão, mas desempenham algumas das suas funções mais importantes.

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