TJDFT nega visitação in loco no Zoológico e mantém audiência em 9 de abril
A Confederação Brasileira de Proteção Animal alega que o Zoo não tem condições para manter as portas abertas por falta de segurança aos animais e visitantes
O
embate envolvendo o Zoológico de Brasília e a Confederação Brasileira
de Proteção Animal (CBPA) continua. O Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios (TJDFT) negou o pedido da Procuradoria-Geral do DF
(PGDF) de substituir a audiência de conciliação entre as partes,
marcada para 9 de abril, por uma visita in loco. Após a morte do elefante Babu, em 7 de fevereiro, e da girafa Yvelise, em 24 de março, a CBPA alega que o Zoo não tem condições de manter as portas abertas.
O
advogado que representa a CBPA, José da Silva Moura Neto, diz que a
visita in loco não seria o ideal para esclarecer as questões pendentes
do Zoo. De acordo com ele, a confederação enviou questionamentos sobre
as condições dos animais e do lugar onde vivem, mas não obteve resposta.
"Na audiência, podemos ter as respostas que buscamos. Precisamos saber
do controle de mortes dos animais, quantitativo de câmeras, quantidade
de vigilantes, escala de folgas e outras questões", frisa.
Para
a presidente da CBPA, Carolina Mourão, o Zoo deve permanecer fechado
até apresentar condições reais de garantir a segurança dos visitantes e
animais. "A morte do elefante e da girafa revela não somente a falta de
segurança, mas negligência nessa demora de um atendimento", aponta.
A
assessoria de comunicação do Zoológico de Brasília informou que não vai
se pronunciar sobre o processo. "Iremos prestar esclarecimentos durante
audiência", ressalta. Em entrevista ao Correio nessa
terça-feira (27/3), o diretor-presidente do zoo, Gerson de Oliveira,
garantiu que a situação do lugar está 100% legalizada, caso contrário,
não estariam funcionando.
Mortes
Em 7 de fevereiro,
o elefante Babu morreu no Zoológico de Brasília. Há suspeitas de que o
bicho teria morrido envenenado. Nos exames cadavéricos foram encontrados
chumbo, arsênio, mercúrio e elementos curínicos (composto químico
tóxico ao animal).
À época, a instituição
informou que os elementos são atípicos à rotina do local, o que pode
configurar ação criminosa. O caso está sendo investigado pela Polícia
Civil, com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério do Meio Ambiente.
No
sábado (24/3), a girafa Yvelise morreu devido a alterações renais e
distração. Ela teve uma necrose no cólon maior e perdeu a vida com sete
anos. Como se tratou de um problema de saúde, o Zoo descartou ação
criminosa.
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