As ONGs, a Amazônia e o general Augusto Heleno
Segundo manchete de hoje do Estadâo (aqui, link aberto), “o
Planalto vai fechar o cerco às organizações não-governamentais (ONGs),
na tentativa de coibir a biopirataria, a influência internacional sobre
os índios e a venda de terras na floresta amazônica”. O texto informa:
“A primeira ação de controle consta do projeto da nova Lei do
Estrangeiro, que está na Casa Civil e será enviado ao Congresso até
junho. Se a proposta for aprovada, estrangeiros, ONGs e instituições
similares internacionais, mesmo com vínculos religiosos, precisarão de
autorização expressa do Ministério da Defesa, além da licença do
Ministério da Justiça, para atuar na Amazônia Legal. Sem esse
procedimento, o ‘visitante’ do exterior terá seu visto ou residência
cancelados e será retirado do País.”
Aí vem o ministro da Justiça, Tarso Genro, e manda ver: “Grande parte dessas ONGs não está a serviço de suas finalidades estatutárias. Muitas delas escondem interesses relacionados à biopirataria e à tentativa de influência na cultura indígena, para apropriação velada de determinadas regiões, que podem ameaçar, sim, a soberania nacional.”
Ah, é? Então o general Augusto Heleno, comandante geral da Amazônia, estava certo? Mas não foi este mesmo Genro quem disse que o STF, ao sustar a operação da Polícia Federal na reserva Raposa Serra do Sol, estava agindo em função do clamor criado pela “mídia”? Espero que o tribunal, ao julgar o caso, leve, então, em consideração as palavras do próprio ministro da Justiça.
O lobby dessas organizações já começa a pressionar, acusando um viés “militarista” no debate. O onguismo, com raras exceções, é um meio de vida. Hoje, já deve “empregar” milhões de pessoas.
Parte considerável recebe dinheiro de fora; outro tanto mama nas tetas oficiais; outro pedaço ainda é só pretexto para abater pagamento de Imposto de Renda — já que o onguismo ligado a grandes grupos empresariais também prospera.
Estranho que o país não seja ainda um paraíso, com tanta gente para nos ensinar a ser verdadeiros patriotas. O Brasil é a velhinha cega do planeta. Todo mundo quer ajudá-lo a atravessar a rua.
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