O projeto rodoviário que ameaça uma das áreas mais conservadas da Amazônia
Uma rodovia federal
de 885 quilômetros construída entre 1968 e 1973, abandonada em 1988,
está no centro de uma polêmica ambiental. Trata-se da BR-319, estrada
que liga Manaus a Porto Velho, em plena Floresta Amazônica.
O Ministério Público Federal questionou a legalidade, argumentando a falta de estudos ambientais. Nesta quinta, a revista Science traz uma carta assinada por dois cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) denunciando a situação para a comunidade internacional.
Em conversa com a BBC News Brasil, o biólogo e ecólogo Lucas Ferrante, um dos autores do texto, ressaltou que um estudo de modelagem realizado pelo INPA indica que o desmatamento na região entre os rios Madeira e Purus, justamente por onde passa a trajeto, aumentaria em 1.200% — em relação aos dados de 2011 — com a obra de recuperação da pista.
"Temos plena compreensão do que essa estrada vai gerar nessa área", comenta. "E os impactos são perturbadores. O carbono emitido por conta do desmatamento e das queimadas [no trajeto e no entorno] tem capacidade para alterar ainda mais o clima global."
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