Gafanhotos passam de praga bíblica a proteína moderna
A praga do Egito chegou à Rússia. Uma nuvem de gafanhotos, de
proporções bíblicas, atacou plantações do sul do país. As culturas foram
pulverizadas com pesticidas, mas os prejuízos ultrapassam os 11 milhões
de euros em colheitas devastadas. Foi declarado o estado de emergência
em várias zonas da república República da Kalmykia.
A oitava praga do
Egito foi narrada na Bíblia em tom de maldição, no Livro do Êxodo, mas
estas invasões de gafanhotos não foram provocadas pela ira divina, mas
sim pelo desiquilíbrio ecológico e pela seca severa. É uma praga que
sobrevoa o imaginário coletivo, desloca-se aos milhões, salta de país em
país e assusta pessoas de todas as religiões. Da tradição
judaico-cristã até à budista, em alturas de aflição reza-se por uma
solução.
Os monges também pedem chuva a uma força maior e perguntam-lhe
como acabar com a praga. A solução chega da Terra Santa: a praga acaba
no prato. A empresa de Israel "Hargol" - que significa gafanhoto em
hebraico - quer colocar os insetos no menu mundial e cultivá-los à
escala comercial a partir das Colinas de Golã.
A Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação considera estas nuvens de
gafanhotos como uma “ameaça” à segurança alimentar planetária .
No
futuro, a criação de animais como vacas galinhas e peixes será cada vez mais insustentável e o inseto
é uma fonte de proteína mais saudável.
Mas é preciso ultrapassar a
barreira da repulsa. A estratégia de marketing foi religiosamente
pensada .
As embalagens destes gafanhotos ostentam o slogan “Proteína
Bíblica”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário