por Beatriz Mirelle, da Redação* –
Esta matéria faz parte do PEPE (Programa Envolverde de Parcerias Estudantis)
Idealizador do portal Fauna News busca conscientizar a população sobre essa prática criminosa no Brasil
Na live “Tráfico de animais: crime e impunidade”, do programa Diálogos Envolverde, transmitido na última quinta-feira (27), o jornalista Dimas Marques, editor-chefe do portal Fauna News, comenta sobre o papel da imprensa ao trabalhar pautas que abordam o tráfico de espécies exóticas e os resultados desse crime para os ecossistemas. A entrevista foi conduzida pelos jornalistas Maristela Crispim, idealizadora da Agência Eco Nordeste, e Reinaldo Canto, diretor de projetos especiais da Agência Envolverde.
O Fauna News é um portal que, além de servir como um noticiário, tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a proximidade dos humanos com a fauna. “Temos a ambição de ser um grande portal com todos os assuntos relacionados à vida silvestre. Se nós circularmos pelas ruas, veremos papagaio no poleiro, passarinho na gaiola, até pequenos primatas dentro das casas. Desejamos quebrar esse raciocínio da distância”. Ele declara que há uma normalização da criação desses animais dentro das residências, ocorrendo uma permissividade nessa cultura. Confira alguns dos tópicos destacados pelo especialista:
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Impunidade como incentivo
Marques expõe que a maior parte das apreensões de tráfico de animais envolvem aves, especialmente passarinhos (passeriformes), araras e papagaios (psitacídeos). Depois, os pequenos primatas e mamíferos, como os saguis; e os répteis. A punição para o crime de tráfico de animais, com base no artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais, prevê detenção de seis meses a um ano. Para Marques, a pena prevista faz com que essas atividades tenham menor potencial ofensivo. “A impunidade é um agravante dentro do comportamento da sociedade. A legislação não é simplesmente para punir o infrator, mas precisa ter um caráter educacional para a população”.
Além disso, apesar da vantagem em ter uma legislação ambiental específica, ele destaca a imagem negativa que o Estado passa quando a imprensa noticia casos de isenção no cumprimento da lei, com traficantes reincidentes. “Temos que fazer certos ajustes para que essas penas tenham caráter punitivo em conjunto com a educação. O traficante profissional tem que ficar preso. Isso é diferente de apreender um papagaio dentro da casa de uma família”, informa.
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